Por Jordano Rischter
Será que seu emprego corre o risco de ser eliminado pela inteligência artificial? Certamente, mensurar o impacto da IA sobre o futuro do trabalho e sobre quais serão as carreiras que serão mais ou menos atingidas por ela é algo extremamente desafiador, afinal, essa é uma tecnologia em amplo desenvolvimento e, o que estamos vendo no atual momento, é apenas a ponta do iceberg em termos evolução e de seu potencial de aplicação no mercado. Ainda temos muito o que explorar sobre essa ferramenta, porém, alguns sinais podem ser percebidos de áreas que, talvez, não sejam tão atingidas por ela.
Segundo dados do relatório do Goldman Sachs, foi previsto que 300 milhões de empregos serão impactados pela IA apenas nos EUA e na União Europeia, ressaltando que ela será capaz de fazer um quarto do trabalho realizado hoje por seres humanos. Por mais assustador que este número seja, é notório que ele se aplica mais para funções operacionais nas quais essa ferramenta vem para automatizar as tarefas e torná-las mais eficientes.
Apesar disso, a IA não deve ser encarada como uma ameaça exclusiva aos empregos humanos, mas sim como um agente transformador que pode trazer benefícios também significativos – uma vez que, ao automatizar certas atividades, é permitido aos profissionais que se envolvam em atividades mais criativas, estratégicas e que demandam habilidades exclusivamente humanas, como empatia, pensamento crítico e tomada de decisões éticas.
Pensando nisso, listo abaixo cinco carreiras que tenderão a ser menos impactadas pela inteligência artificial:
#1 Posições de lideranças executivas: por mais robusta que seja, a IA tem dificuldade em entender e/ou interpretar relações interpessoais e humanas, algo que é fundamental de ser visto em posições como, por exemplo, de lideranças executivas, como diretores e gestores. É claro que eles podem – e devem – usá-la para uma maior eficiência em seu trabalho, mas ainda há posições que, dificilmente, serão inteiramente substituídas por essa ferramenta, dado que precisam desta empatia genuína para a manutenção do relacionamento entre os times, sua satisfação e retenção.
#2 Cargos que exijam criatividade: a IA contribui muito no cenário de automação, mas perde para a inteligência humana em funções que requerem originalidade, expressão pessoal e interpretação subjetiva. Mesmo que já tenhamos ferramentas de construção de imagens e textos, como exemplo, ela ainda não demonstra tanta influência na substituição de cargos que exigem uma visão criativa ou artística bastante apurada, principalmente no departamento de marketing. Não à toa, essa habilidade ainda é muito preciosa e demandada.
#3 Educadores / professores: diversas funções que demandem habilidades sociais complexas, empatia, relação interpessoal e/ou emocional, tenderão a ser menos impactadas pela IA. Um exemplo clássico disso é no cargo de educadores e professores, nos quais esse cuidado mais íntimo, até hoje, não consegue ser substituído pela tecnologia.
#4 Profissões de gestão estratégica: pouco ainda pode ser ajudado pela IA no que diz respeito à tomada de decisões estratégicas, visão de negócios e, principalmente, gestão de equipes. Por isso, posições que estejam relacionadas a esse aspecto ainda dependem muito de um protagonismo humano – utilizando esta tecnologia como uma auxiliadora para implementar as melhores ações em prol do crescimento do negócio.
É notório que parte relevante das competências da força de trabalho não serão relevantes daqui para frente, uma vez que muito já foi demostrado acerca do potencial da IA para uma otimização constante de muitas atividades. Com o apoio desta tecnologia, diversas profissões poderão dedicar o seu tempo de forma mais eficiente e estratégica na empresa, adotando ações que favoreçam o destaque e crescimento corporativo.
Contudo, se tem algo que a inteligência artificial ainda não é capaz de proporcionar, é o lado empático e humano das relações, em cargos que demandam essas soft skills para seu bom desempenho. Existem diferenças consideráveis entre a inteligência humana e a IA e, para muitas profissões hoje, especialmente as que demandam um maior tato com as pessoas, essa tecnologia se mostrará mais como uma apoiadora para o desenvolvimento de suas tarefas com êxito – assim como muitas plataformas como o LinkedIn funcionam para ajudar no recrutamento e seleção das empresas, como exemplo.
No final, nos restará acompanhar essa evolução da IA no mercado, sabendo como e onde adotá-la de forma eficaz para que nos apoie cada vez mais a conquistar resultados excelentes.
Jordano Rischter é sócio da Wide, consultoria boutique de recrutamento e seleção.
Sobre a Wide:
Com mais de 30 anos somados de recrutamento especializado e mais de 20 mil entrevistas realizadas, o propósito da Wide, empresa de recrutamento e seleção de alta gerência, é construir legados, seja o das empresas contratantes, o dos candidatos e o seu próprio.
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