O Orçamento para defesa deveria ser reduzido e serviços públicos, privatizados. Deirdre McCloksey para a Folha de São Paulo:
Quando
uma defensora do estatismo quer te convencer que uma presença maior do
governo é uma coisa boa, ela apresenta dois argumentos infalíveis.
Nenhum dos dois funciona.
O
primeiro é a "defesa". Até 1947 nós, americanos, o chamávamos mais
honestamente de Departamento de Guerra. Em meu país e no seu, "defesa" é
um mito. Canadá e Paraguai não vão nos invadir. Pelo contrário, foram
os EUA em seus primórdios que invadiram o Canadá, em nossa Guerra de
1812, sem surtir efeito. O Paraguai tentou isso estupidamente na Guerra
do Paraguai, invadindo o Mato Grosso em 1864 para deslanchar o conflito.
A guerra terminou com 1870 com a derrota total e a morte de boa parte
da população paraguaia.
As Forças Armadas
brasileiras, com 1,5% do PIB, e as dos Estados Unidos, com 3,5%, são
grotescamente grandes demais para a tarefa modesta de nos defender
contra uma invasão ou mesmo de desencorajar ameaças nucleares. E, se o
Paraguai voltasse a invadir o Mato Grosso, me pergunto como ficaria.
Observe
que as Forças Armadas russas, sem experiência concreta desde que foram
derrotadas no Afeganistão em 1989, estão se mostrando fajutas. Seus
soldados fogem da luta e seus pneus esvaziam. Os militares argentinos,
entre 1976 e 1983, demonstraram ter jeito para jogar pessoas de aviões,
do mesmo modo que os militares russos são hábeis em jogar bombas em
playgrounds e hospitais. Mas mostraram que não são bons em combater os
britânicos ou os ucranianos.
Vocês,
brasileiros, sabem para quê as Forças Armadas foram usadas de fato
entre 1964 e 1985. Tanto no caso do Brasil quanto da Argentina, os
Estados Unidos apoiaram os generais. O conselho que dou a meu país e ao
seu: reduzam o orçamento de "defesa". E apoiem unicamente regimes
liberais.
O outro argumento infalível são os serviços públicos como os correios,
a educação e as rodovias. É verdade que o estado se encarrega deles
hoje. Mas todos poderiam ser oferecidos com qualidade melhor se fossem
privatizados.
Com
um transponder barato em cada veículo, por exemplo, as estradas
poderiam ser privatizadas para fins lucrativos. A tarifação reduziria os
congestionamentos de maneira ótima. O ensino fundamental deve ser pago
por impostos cobrados de você e de mim. Mas isso não quer dizer que o
estado deva ser responsável pelo ensino. O serviço dos correios funciona
melhor quando privatizado. Se você quer subsidiar brasileiros em locais
remotos, faça-o diretamente, não sustentando os Correios para todos.
E assim por diante. Moral da história? O fato de o Estado estar grande hoje não constitui argumento para mantê-lo assim.
BLOG ORLANDO TAMBOSI

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