O mercado de carros elétricos está se expandindo ano a ano. Para 2022, a expectativa é de mais de 10 mil unidades 100% elétricas licenciadas. Apesar de o preço do elétrico ser um impeditivo para a maioria dos consumidores, quem pode apostar nesse novo modelo de propulsão, o elétrico já é uma realidade na garagem.
Voltamos a testar o Chevrolet Bolt EV. Lançado em 2018, o modelo ficou fora do mercado por um grave problema nas baterias. Ele retornou em setembro, já com pilhas novas.
O carro passou por um ajuste visual, para diferenciar o joio do trigo. E o novo Bolt EV chegou por R4 329 mil. Um valor caro, mas que no platônico mundo dos elétricos, é um preço até honesto.
Isso porque o Bolt EV é um dos elétricos mais equilibrados do mercado. Ele oferece muita autonomia e bastante força, mas sem parecer com um supercarro. A posição de dirigir é perfeita e o pacote de conteúdos não foge à regra de um automóvel de mais de R$ 300 mil.
É agradável e tem bom nível de acabamento. Não tem um refinamento de um Porsche Taycan ou Audi e-tron, mas a qualidade é boa, superior a outros elétricos como o e-208 e seu irmão e-2008.
E, mesmo sendo compacto, oferece ótimo espaço interno. A razão está no bom aproveitamento de espaço. Com propulsor compacto que dispensa um monte de agregados, o cofre do motor é diminuto. Além disso, os balanços são curtos. Ou seja, as rodas estão próximas das extremidades da carroceria, o que amplia demais o espaço da cabine.
Assim, é possível acomodar cinco ocupantes com bom conforto. O compartimento de bagagem também é generoso, com 478 litros, como num sedã.
Seu pacote de conteúdos é generoso com multimídia de 10,2 polegadas (com conexão com smartphone, câmera 360 graus, além de diagnóstico de funcionamento do veículo), sistema de áudio Bose, vidros e retrovisores elétricos, alertas de ponto cego, tráfego cruzado em ré e colisão, ar-condicionado digital e partida sem chave.
Motor do Bolt EV
O Bolt EV é equipado com uma unidade elétrica de 202 cv e 36,6 mkgf de torque. Esse motor entrega toda sua força de forma instantânea. Ou seja, basta pisar para ele acelerar com força. No entanto, ele não é um carro esporte. Tem força para garantir uma ultrapassagem segura e rápida, mas excessos comprometem sua autonomia.
Já a transmissão conta apenas com uma única marcha, como todo elétrico. Pois como não há rotação do virabrequim no motor, não é preciso uma caixa com diferentes relações para nivelar o giro do motor com as rodas.
Pilha forte
O Bolt EV tem autonomia de 420 quilômetros. Mas ela pode variar, pois na estrada, quando se mantém o acelerador pressionado de forma constante, a carga é consumida mais rapidamente. Na cidade, ele consegue ir além dos 400 km, pois sempre que se freia, o motor atua como um dínamo, gerando fricção que regenera a carga.
Além disso, há uma tecla no volante que amplifica esse modo de recarga. O Bolt EV ainda conta com modo One Pedal, que sempre que se tira o pé do acelerador ele aplica uma frenagem justamente usando esse freio motor, ao invés das pastilhas.
O Bolt tem conjunto de suspensão firme. O curso é limitado para proteger o berço das baterias. Assim, ele é um carro estável nas curvas mais fechadas, uma vez que o maior volume de massa está no assoalho. Mas ele não gosta de buracos.
Palavra final
O Bolt EV é um dos melhores elétricos do mercado. Ele agrega conteúdo, motor forte e bateria de longa autonomia. O que pesa contra esse Chevrolet é seu estilo monovolume, que não tem o mesmo apelo que um SUV. Se o Bolt tivesse carinha de Tracker, a história seria diferente.
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