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Maria Zélia Dias Miceli (*) Uma característica inerente às sociedades humanas é sempre buscar novas maneiras de se comunicar: cartas, telegramas e telefonemas são apenas alguns dos vários exemplos de meios comunicativos que o homem desenvolveu com base nessa perspectiva. Atualmente, o mais recente e talvez o mais fascinante desses meios sejam as redes virtuais, consagradas pelo uso, que se tornam cada vez mais comuns. Não conseguimos mais imaginar nossa vida sem estarmos conectados. A internet cresceu, exponencialmente, em uma velocidade inimaginável, passando de um sistema de pesquisa e conectividade, para integrar a vida da população mundial. Por meio dela as pessoas fazem amizades pelo mundo inteiro, compartilham ideias e opiniões, organizam movimentos, e, literalmente, se mostram para a sociedade. Nesse momento é que nos convém cautela e reflexão para saber até que ponto se expor nas redes sociais representa uma vantagem ou não. Percebemos que o novo fenômeno se revela como uma eficiente e inovadora ferramenta de comunicação da sociedade, mas que traz seus riscos e revela sua faceta perversa àqueles que não bem distinguem os limites entre as esferas públicas e privadas jogando na rede informações que podem prejudicar sua própria reputação e se tornar objeto para denegrir a imagem de outros, o que é um grande problema. As chamadas fake news (notícias falsas) são parte desse viés. São notícias com informações ou dados inventados para alterar a interpretação e opinião das pessoas sobre determinados assuntos. A expressão já existe desde o final do século XIX. Quando as fake news são publicadas, rapidamente se propagam, principalmente pelo compartilhamento de mensagens e postagens em redes sociais. Muitas pessoas não confirmam, em portais de notícias confiáveis, se a informação que leram ou receberam é verídica, e repassam a mensagem para outras pessoas, que também não checam o conteúdo e também compartilham. Essas ações acabam se tornando um ciclo de propagação de notícias que não condizem com a realidade. A exposição da imagem de uma pessoa, ou de empresas, de seus gostos, de atitudes a serem tomadas, são outros exemplos de malefícios que as redes sociais causam na comunicação humana. Muitos perfis chegam a ser falsos, criados para atingir diversos objetivos que podem prejudicar vários usuários. Na mesma velocidade que a internet invadiu nossas vidas, trazendo facilidades e comodidade, também veio com ela a nossa vulnerabilidade aos perigos expostos nesta grande rede mundial de computadores. Sendo assim, é essencial que nessa nova era do mundo virtual, os usuários da rede tenham plena consciência de que tornar pública determinadas informações requer cuidado e, acima de tudo, bom senso, para que nem a própria imagem, nem a do próximo possam ser prejudicadas. Isso poderia ser feito pelos próprios governos de cada país e pelas comunidades virtuais por meio das redes sociais, afinal, se essas revelarem sua eficiência e sucesso como objeto da comunicação, serão, certamente, o melhor meio para alertar os usuários a respeito dos riscos de seu uso e os cuidados necessários para tal. (*) Maria Zélia Dias Miceli é educadora e gestora de Educação da Liga Solidária (SP), organização social sem fins lucrativos. |
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