Pessoas com deficiência são quase 25% da população no país e
mercado de eventos deve garantir os recursos necessários para a sua participação
Eventos online ganharam força durante a pandemia, mas a acessibilidade é um fator que, infelizmente, ainda passa despercebido para alguns organizadores, apesar do grande público que precisa ser considerado nesse planejamento. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, pelo menos, 45 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência no país, quase 25% da população. Pensando nisso, Leandro Reinaux, CEO da Even3, startup que simplifica a organização de eventos online, elenca 5 formas de organizar um evento acessível.
Ao organizar um evento online, assim como em qualquer evento, é preciso conhecer o público e pensar nas suas particularidades. “Pessoas com deficiência também consomem muito o universo digital, por isso recomendamos que a acessibilidade seja fator obrigatório, que os conteúdos também sejam feitos pensando neles, gerando inclusão e abrindo grandes oportunidades para todos”, comenta Leandro Reinaux, CEO da Even3. “Existem diversos fatores necessários para que o evento atinja o sucesso, ainda mais nesse formato online, em que fica mais difícil entreter e interagir. Precisamos pensar nas melhores plataformas, horários, palestrantes, público e, sem dúvida, na acessibilidade”, completa.
Além disso, o mês de Setembro, também conhecido como ‘Setembro Verde’ foi escolhido para reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão social que possibilita dar a todas as pessoas os mesmos direitos e oportunidades. Pensando nisso, o especialista criou um guia com 5 boas práticas para garantir a acessibilidade para pessoas com deficiência em eventos online.
1. Utilize formatos em PDF ou Word para materiais de apoio
Se o material for enviado em formatos de imagem, como PNG ou JPEG, será um empecilho para pessoas com deficiência visual, pois esses formatos impossibilitam o uso de leitores de tela, ao contrário do PDF e do Word.
2. Adote a descrição como prática no seu evento
Facilita muito quando o mediador ou palestrante descreve o ambiente e, principalmente, os slides ou recursos visuais utilizados na apresentação.
Nas redes sociais, é comum que imagens sejam usadas na divulgação do evento e não há problema nisso! Mas o ideal é que o texto da imagem seja descrito após a #paratodosverem ou por meio de áudios, caso a plataforma permita. A recomendação é descrever o essencial, não necessariamente cada elemento.
3. Recursos para vídeos
É imprescindível que os organizadores não se esqueçam dos recursos para vídeos, como audiodescrição, legendas e intérpretes. Para as pessoas cegas ou com baixa visão, um recurso que pode ser utilizado é a audiodescrição, ou seja, uma faixa narrativa adicional com a tradução das imagens. Nesse caso, pode-se contratar uma empresa especializada e optar pelo formato de vídeo gravado, para facilitar a edição.
Outro cuidado é tornar os vídeos acessíveis para pessoas com deficiência auditiva. Uma opção é inserir legendas em vídeos gravados ou contar com intérpretes de Libras. A Even3, por exemplo, usa o VLibras.
4. Evite X e @ na comunicação de linguagem não binária
Quando não queremos apontar gêneros binários na comunicação, é comum adicionarmos caracteres x e @ nas palavras para representar todas as pessoas. Mas essa intenção e esses caracteres não são entendidos pelos leitores de tela, que farão a leitura ERRO e não vão reconhecer o que está escrito. Como alternativa, o mais indicado é utilizar a comunicação neutra, que usa o “E” para substituir o gênero nas palavras.
5. Repita seu nome durante a transmissão mais de uma vez
É recomendável que o apresentador ou palestrante fale seu nome diversas vezes durante a transmissão online. Assim, pessoas com deficiência visual podem fazer a relação e a adaptação da voz ao nome da pessoa e à sua descrição.
Sobre a Even3
Fundada em 2015, em Recife, pelos sócios Leandro Reinaux, Cláusio Barbosa e Renato Cruz, a Even3 é uma plataforma de eventos que conecta pessoas e conhecimentos científicos e acadêmicos. A startup começou sua operação trazendo alternativas para organização de eventos presenciais, mas com a pandemia sentiu a necessidade de promover a transformação para uma atuação online. Atualmente, permite a realização de videoconferências, sessões ao vivo ou gravadas e acompanhamento da programação dentro da plataforma. Além disso, a empresa oferece serviços de publicação de conteúdos acadêmicos e tecnologia para que empresas e instituições de ensino possam realizar seus eventos em um ambiente seguro e personalizável com as características das marcas.
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