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Emenda no orçamento de 2022 para agência da ONU estabelece que conteúdos ensinados nas escolas aos seus cuidados devem se basear em valores de paz e tolerância, ao contrário das várias incitações à violência e ao antissionismo que já foram denunciadas no sistema educacional palestino | |
O comitê do Parlamento Europeu adotou na última terça (28) uma emenda no orçamento previsto para 2022, que condiciona mais de 23 milhões de dólares em financiamento para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA). Esse valor deve ser usado pela organização para realizar mudanças nos livros didáticos da Autoridade Palestina, que já foram acusados várias vezes de terem conteúdos que incitam a violência e antissionismo. Essa emenda reterá 20 milhões de euros para a educação da região até que a Palestina e a UNRWA façam revisões imediatas nos livros que serão usados por estudantes palestinos no próximo ano letivo. A principal mudança exigida é que haja a inclusão de conteúdos que promovam a coexistência e a tolerância para com judeus-israelenses e a educação sobre a paz com Israel. Caso isso não aconteça até o início do ano letivo de 2022, a reserva será usada para financiar outras ONGs que de fato promovam esses valores de paz em ambientes escolares. “As decisões do Parlamento Europeu insistem que os salários de funcionários da educação que elaboram livros palestinos, os quais são financiados pela União Europeia (UE), devem ser condicionados à elaboração de um material que reflita valores de paz, tolerância, coexistência”, consta na justificativa da emenda. Marcus Sheff, CEO do Instituto para Monitoração da Paz e da Tolerância Cultural na Educação Escolar (IMPACT-se), uma instituição israelense que vigia e analisa o currículo educacional palestino, se manifestou sobre a decisão dizendo que “essa é uma medida crucial que diz muito sobre a frustração contínua sentida pelos legisladores europeus, que simplesmente não estão mais preparados para financiar o ensino do ódio nas salas de aula palestinas. Eles estão, com razão, exigindo que as crianças palestinas sejam ensinadas sobre tolerância, coexistência e respeito”. Contudo, ele acredita que, infelizmente, há pouca probabilidade de realmente fazerem alguma mudança: “na semana passada, o presidente palestino Abbas deixou bem claro em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas que a Autoridade Palestina não mudará os livros didáticos. Mas ele deve saber que isso tem um preço e que ele não pode esperar que os doadores fiquem pagando enquanto insistem em ensinar o ódio”. Para André Lajst, cientista político e diretor executivo da StandWithUs Brasil, organização que acredita na educação como forma de promover a paz, a mudança também não deve acontecer de forma tão fácil. “A disseminação de mensagens de ódio contra judeus e israelenses na educação palestina já acontece há muito tempo. Um exemplo recente foi a denúncia publicada em agosto por meio de um relatório da UN Watch, que expôs evidências de 22 casos de o racismo, discriminação ou antissemitismo cometidos por membros da UNRWA. Será muito difícil reverter esse cenário já tão enraizado no sistema, mas a exigência da União Europeia ajuda a oficializar esse ultimato, que busca promover uma educação menos enviesada às crianças palestinas. Enquanto isso não for feito, é muito difícil pensarmos numa paz duradoura.” | |
Foto: Captura de tela, retirada do relatório da UN Watch, do perfil de uma professora da UNRWA em uma rede social, na qual ela compartilha um post, em fevereiro de 2020, que mostra um professor ensinando aos alunos que todo o território de Israel é a Palestina, como se o estado israelense não existisse. Ao mesmo tempo em que essas exigências são feitas, o orçamento da UE de 2022 prevê o aumento do financiamento da UNRWA, indo de $157 milhões para $167 milhões. O comitê ainda não aprovou esse orçamento ratificado, que ainda deve passar pelo plenário nas duas próximas duas semanas, onde será votado. |
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