Podemos afirmar que o Chile é uma Big Apple automotiva, pelo menos nas Américas. O país latino é o mais diversificado mercado de veículos do continente e reúne uma constelação de produtos das mais variadas origens.
Visitar o Chile é ver de tudo um pouco em circulação pelas belíssimas estradas do mais estreito dos países ou nas congestionadas vias da surreal Santiago de Chile, ao pé da Cordilheira dos Andes.
De picapes como Ford F-150 a modelos chineses como o Changan CX35, o Chile tem todo tipo de carro, incluindo indianos, tailandeses, coreanos, europeus e, naturalmente, brasileiros.
Numa verdadeira babel automotiva latino-americana, o Chile tem nada menos que 525 modelos de automóveis e comerciais leves à venda.
Em contraste com os EUA, de longe o maior mercado do continente, a terra do cobre vende apenas 415.000 carros por ano contra 15 milhões dos states onde, porém, tem somente 377 modelos.
Por quê o Chile é assim, tão diversificado? Para decifrar o enigma automotivo dos Andes, a consultoria LMC Automotive divulgou o seguinte:
“O Chile é uma economia relativamente livre e aberta, e assinou vários acordos de livre comércio, inclusive com os EUA e a China. Esses acordos resultaram em tarifas baixas, permitindo que as marcas entrassem no mercado chileno”.
Nessa república dos carros, onde não há mais fábrica de veículos (a última era da General Motors e já fechou há bastante tempo), o mercado é tão aberto e livre para a concorrência que o quarto carro mais vendido é o MG ZS.
Ele é um SUV da marca de origem inglesa, mas de fabricação chinesa, que jamais chegará a tal posto em nenhum dos países mencionados. Com inúmeras marcas que trazem carros da China, o Chile tem uma boa presença de veículos desse país.
Ainda assim, os chilenos gostam dos mais variados modelos, indo dos alemães da Opel aos americanos da Dodge (inclusive a polícia de Santiago roda com Charger’s antigos e recentes).
Ainda que você veja muitas picapes grandes, como a já citada F-150 (que eles adoram na cor vermelha…), o Chile tem na Mitsubishi L200 a líder em vendas.
Seu market share, porém, mostra que a diferença entre líder e o último colocado pode estar na lábia do vendedor, já que ela tem apenas 3% de participação.
Isso é menos que a Renault Oroch no mercado brasileiro, mas no Chile, a oferta da concorrência é muito maior que aqui. Mas, a L200 tem um bom volume por lá, vendendo 10.000 unidades “num ano normal”. Em 2020, ano de pandemia, a picape japonesa vendeu 9.480 unidades no Brasil.
Entretanto, se as vendas são bem diluídas entre os modelos, nas marcas, a líder Hyundai-Kia tem 14,1% de participação, mas longe de ser líder absoluta.
No Chile, de acordo com a LMC Automotive, a perspectiva para os próximos anos são muito boas, uma vez que o país não corre riscos de instabilidade política ou econômica.
Por lá, a carga tributária nos veículos é relativamente baixa e a pandemia tem forçado milhares de pessoas a trocar o transporte público pelo automóvel, em busca de segurança.
[Fonte: LMC Automotive]
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