Quando a Volkswagen encerrou a produção do Golf GTI, já tinha uma carta na manga. Na verdade, duas: Polo e Virtus GTS, que haviam sido apresentado no Salão do Automóvel de 2018 como carros conceito. Eles chegaram no início deste ano para ampliar a linha de esportivos da marca, que até então contava apenas com o fascinante Jetta GLI.
A diferença entre os irmãos GTS e o GTI é abissal. Mas fato é que o hatch de quase R$ 180 mil vendia muito pouco e chegou aqui para acelerar a linha, que compartilhava com o A3 Sedan. Ambos utilizavam mesmo motor 2.0 turbo de 230 cv, transmissão e conjunto de suspensão importados.
Por outro lado, o GTS recorre a ingredientes que existem na dispensa, como a unidade 1.4 TSI 250, que aqui equipa T-Cross, sem contar os primos mexicanos Jetta e Tiguan AllSpace. Além disso, o carro não passou por extensos ajustes, nem mesmo na suspensão que ficou mais alta que as demais versões devido ao uso de rodas maiores. Mas justiça seja feita, a calibragem da linha Polo já é firme, um acerto mais esportivo, além de encarecer ainda mais o carro, faria dele demasiadamente desconfortável.
Visual
Visualmente, o GTS destaca-se pelas grandes rodas aro 17, assim como para-choques exclusivos e o discreto aerofólio. Por dentro, detalhes como bancos em couro e costuras nas molduras em vermelho dão o tom esportivo ao sedã.
Mas não se pode exigir ainda mais exclusividade do modelo. Com o acréscimo do conjunto mecânico e apetrechos o preço saltou para R$ 113.050. E pode chegar a R$ 116.125 com acréscimo de pintura e rodas aro 18. São valores que se aproximam do Jetta (R$ 123 mil), que tem o mesmo motor, mas muito mais qualificado e espaçoso.
Assim, é compreensível que a maioria das versões com pegadas esportivas recebam apenas adereços estéticos como Onix RS e Cronos HGT. Não precisa ser, basta parecer.
Raio-x Volkswagen Virtus GTS 1.4
O que é?
Sedã compacto, quatro portas e cinco lugares.
Onde é feito?
Fabricado na planta de São Bernardo do Campo (SP).
Quanto custa?
Testado: R$ 114.635
Com quem concorre?
Corre sozinho no segmento de sedãs esportivos. Seu rival mais próximo é o Cronos HGT, que custa R$ 82 mil.
No dia a dia
O Virtus GTS não difere muito do comportamento das demais versões,
principalmente da Highline. O visual esportivo se impõe na multidão,
apesar de não ser uma decoração espalhafatosa.
Seu pacote de conteúdo é farto e adiciona tudo que o Virtus pode receber. Quadro de instrumentos digital, partida sem chave, multmídia (com Apple CarPlay, Android Auto, câmera de ré, GPS integrado e leitor de discos no porta-luvas), sistema de áudio Beats, ar-condicionado digital (com saídas para assentos traseiros), retrovisores elétricos (sem rebatimento), dentre outras mordomias.
Motor e transmissão
A unidade TSI 250 1.4 de 150 cv e 25 mkgf de torque é um motor exemplar.
Entrega todo seu vigor em baixas rotações o que faz dele um carro
arisco, que arranca forte não titubeia nas ultrapassagens. A transmissão
automática de seis marchas tem trocas rápidas e sempre privilegia a
eficiência.
Para acentuar a esportividade, as borboletas fazem desse carro um verdadeiro brinquedo. A versão ainda tem comportamento do conjunto mecânico pode ser ajustado com o setor de condução que tem quatro modos, com opção mais econômica e esportiva. Modo que conta com emulador de ruído, que mexe com a libido do “piloto”, sem incomodar a vizinhança.
Como bebe?
Abastecido com álcool, ele registrou média de 8,5 km/l no combinado
entre trajeto urbano e rodoviário, mesmo com o modo esportivo ligado e
lastro no pé direito.
Suspensão e freios
A suspensão do GTS é o ponto a ser comentado. Ela segue a configuração
convencional do mercado, com eixo rígido na traseira e independente
McPherson na frente, mas ganhou amortecedores recalibrados. O acerto
privilegia a estabilidade e é firme, mas não difere tanto das demais
versões.
O que incomoda é que o carro ficou mais alto devido às rodas de maior diâmetro. Pessoalmente deveria ser um pouco mais baixa para melhorar o comportamento dinâmico. Mas são ajustes que poderiam comprometer o conforto e a praticidade do uso cotidiano, e o custo final.
Os freios são a disco nas quatro rodas e respondem com muita eficiência. Além disso, a versão tem controle de estabilidade (ESP) e freios pós-colisão (que imobilizam as rodas em caso de acidente, para o carro não se deslocar involuntariamente).
Palavra final
O Virtus GTS é um carro extremamente divertido. Uma opção para quem
busca um esportivo, mas não pode gastar mais de R$ 160 mil. Seu preço de
R$ 113 mil faz dele o sedã compacto mais caro do mercado. Mas o motor
mais potente e o visual exclusivo justificam o acréscimo.
Trata-se de um carro para quem busca esportividade, mas não abre mão de espaço interno e um porta-malas generoso. Mas cobra seu preço.
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