MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 26 de setembro de 2020

Em delação, ex-secretário de Saúde do Rio diz que governador em exercício participava de desvios

 POLITICA LIVRE


brasil

Em seu acordo de delação premiada, o ex-secretário estadual de Saúde Edmar Santos afirmou que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, André Ceciliano (PT-RJ), deixou claro em uma conversa que parte dos R$ 100 milhões doados pelo Legislativo para o combate ao coronavírus seria desviada a partir de um esquema de transferência de valores a prefeituras do interior, sob a influência dos deputados da Casa. O dinheiro da propina seria, de acordo com Edmar, dividido com o então vice-governador, Cláudio Castro, que substituiu Wilson Witzel no cargo, e com o ex-secretário estadual da Casa Civil André Moura (PSC), que hoje atua no escritório de representação do estado em Brasília.

Os detalhes estão no anexo 31 do documento, obtido pelo jornal O Globo. Nesse trecho da delação, Edmar conta que esteve no gabinete de Ceciliano para tratar do assunto. Toda a movimentação de recursos seria estruturada em cima de excedentes dos duodécimos da Alerj — valor transferido pelo Tesouro Estadual para o custeio do órgão. Diante das dificuldades de caixa do Executivo, a Assembleia propôs doar as sobras. Mas, agora, o ex-secretário de Saúde alega ter sido uma manobra para beneficiar o esquema de desvio de verbas da Saúde durante a pandemia.

Briga por verba

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que Ceciliano procurou Edmar para garantir que o dinheiro chegaria a alguns municípios, “evidenciando que a estratégia tinha por objetivo maior atender aos interesses espúrios do grupo criminoso”.

O dinheiro, contou Edmar, saía da Alerj para o caixa da Secretaria estadual de Saúde e, de lá, era transferido para municípios indicados por parlamentares. Como o GLOBO mostrou em reportagem publicada esta semana, 87 cidades foram beneficiadas com repasses de cerca de R$ 1 milhão para construir centros de triagem voltados a pacientes com Covid-19. Já se sabe que muitas dessas cidades não fizeram as obras.

Edmar disse que ouviu do próprio Ceciliano que havia uma divisão de propina e que ele acredita que parte desses recursos voltava em dinheiro vivo para políticos. Ele relatou um episódio em que foi chamado por Ceciliano para resolver um impasse. A Alerj queria encaminhar R$ 25 milhões para Duque de Caxias, o que seria um pedido do deputado estadual Márcio Canella (MDB), mas o então secretário André Moura teria avisado ao presidente da Alerj que não havia mais recursos.

Castro nega acusações

O governador em exercício Cláudio Castro afirmou, por meio de sua assessoria, que não tem conhecimento dos fatos relatados por Edmar e negou qualquer envolvimento com irregularidades. Castro assumiu o comando do estado no último dia 28, quando Wilson Witzel foi afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O advogado de Claudio Castro, Carlo Luchione, diz que “Edmar Santos faz ilações tentando subverter lícita relação institucional e sobre inexistentes tratativas de distribuição de duodécimos, com o chefe do Poder Legislativo”.

As informações são do jornal O Globo.

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