O ministro Luiz Henrique Mandetta não está disposto a abrir mão do
trabalho que iniciou desde o fim de janeiro no enfrentamento à Covid-19
Foto: REUTERS/Adriano Machado
O ministro Luiz Henrique Mandetta não está disposto a abrir mão do trabalho que iniciou desde o fim de janeiro no enfrentamento à Covid-19. Mesmo sofrendo críticas abertas do presidente Jair Bolsonaro, o líder da Saúde faz vista grossa aos embates pessoais e tem canalizado as energias para a elaboração de estratégias e a preparação do sistema de atendimento aos pacientes. Quem atua na linha de frente da pasta afirma que a postura técnica de Mandetta tem agradado cada vez mais os membros da equipe e se convertido em união de esforços.
O entendimento do grupo, segundo membros do gabinete estratégico com quem o Correio conversou, é que o foco não pode ser perdido em um momento crucial de enfrentamento ao novo coronavírus. Por isso, a recomendação interna é lidar com os gargalos da Saúde e, assim, não dar coro a falas de descontentamento de Bolsonaro. Sem dar o braço a torcer e não respondendo aos ataques pessoais, o ministro consegue se manter no cargo e mantém o discurso que só sairá se for demitido.
Apesar de, na quinta-feira (2/4), ter dito que Mandetta “extrapolou em algum momento” e que “não tem humildade”, Bolsonaro afastou a possibilidade de uma demissão durante a crise.
"Eu não pretendo demitir o ministro no meio da guerra", afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan. "Ele montou o ministério de acordo com sua vontade. Eu espero que ele dê conta do recado", completou.
Aliados do ministro acreditam que a fala reforça uma estratégia de Bolsonaro de se eximir das responsabilidades da crise de saúde e econômica em decorrência da pandemia. Na contramão, Mandetta tem se posicionado e, inclusive, assumido mudanças de postura. "Natural de um cenário de crise e da própria humanidade", disse, mais de uma vez, em coletivas.
Recentemente, ele passou a dar orientações de isolamento social mais enfáticas. O objetivo é evitar uma disseminação do vírus enquanto o país ainda trabalha para equipar as unidades de saúde. E, neste momento, ruído nenhum pode atrapalhar.
Bruna Lima - Correio Brasiliense
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