Postado em 26/05/2018 9:23 DIGA BAHIA!
Dados da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) apontam que cerca de
3% da população brasileira com idade acima de 40 anos tenha a doença,
que é silenciosa e assintomática. Devido a essas características,
estima-se que 50% dos pacientes não são diagnosticados. De acordo com a
oftalmologista Claudia Galvão, membro da SBG, o glaucoma é uma
enfermidade extremamente complexa, devido a controvérsias com relação ao
diagnóstico. “As pessoas não têm sintomas, então o paciente
simplesmente não sabe. O glaucoma não leva o paciente ao médico, o que
leva é enxergar mal, olho coçando, diabetes, questões comuns”, afirmou. A
doença é considerada a principal causa de cegueira irreversível no
mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são registrados 2,4
milhões de novos casos anualmente. Para alertar sobre a necessidade de
diagnóstico precoce, é celebrado neste sábado (26) o Dia Nacional de
Combate ao Glaucoma. O diagnóstico da doença é feito durante consulta
oftalmológica e, se realizado precocemente, pode evitar a perda da
visão. Claudia Galvão explicou que há fatores de risco importantes que
alertam o paciente sobre a necessidade de consulta. Entre eles estão:
pressão intraocular elevada, idade acima dos 40 anos, histórico familiar
de glaucoma, diabetes e doenças nos olhos. Apesar da ausência de
pesquisas com dados específicos sobre a Bahia, a oftalmologista explicou
que se estima um número de casos maior no estado, em comparação ao
Brasil, devido à prevalência de afrodescendentes. “Algumas raças têm
prevalência maior, como a raça negra. Na verdade, tanto a prevalência é
maior quanto a evolução para uma forma bem grave”, acrescentou. A médica
fez ainda um alerta para os riscos da automedicação. “Há muitos casos
de pacientes que usam colírio sem orientação médica. Agora, por exemplo,
que tivemos um surto de conjuntivite, eu recebi paciente que teve
conjuntivite e pegou o colírio do primo pra usar”. Colírios que contêm
corticoide têm boa resposta no tratamento de alergias, por exemplo, mas
não devem ser usados sem acompanhamento médico, já que um de seus
efeitos colaterais é o aumento da pressão intraocular. Apesar de
tentativas da SBG para tornar obrigatória a retenção de receita médica
para colírios com corticoide, as solicitações não foram atendidas.
Bahia Notícias
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