O exército
de mercenários do comandante Stédile, celebrado por Lula em 2015,
continua aquartelado nos barracos de lona preta do MST. Texto de Augusto Nunes:
Em
fevereiro de 2015, quando os inimigos a abater eram os golpistas que
tramavam o impeachment de Dilma Rousseff, Lula animou a companheirada
com a revelação de que as barracas de lona preta do MST abrigavam
guerreiros adestrados pelo comandante João Pedro Stedile, todos prontos
para o início do combate. “Quero paz e democracia, mas eles não querem”,
berrou o palanque ambulante. “E nós sabemos brigar também, sobretudo
quando o Stédile colocar o exército dele na rua”. Passados três anos, as
ruas do Brasil não viram em ação um único e escasso soldado desse
colosso beligerante.
De lá
para cá, Lula entrou na mira da Lava Jato, foi levado coercitivamente
para depor no Aeroporto de Congonhas, tornou-se réu em meia dúzia de
processos, engoliu dois interrogatórios conduzidos pelo juiz Sérgio Moro
e tomou no lombo em primeira instância 9,5 anos de cadeia. Nesta
quarta-feira, incumbido de examinar o caso em segunda instância, o
Tribunal Regional Federal baseado em Porto Alegre aumentou a pena para
12 anos e 1 mês. Nem assim o exército do Stédile deu as caras em alguma
frente de batalha. Continua aquartelado na cabeça baldia de Lula e no
cérebro em pane do camponês que só viu foice e martelo na bandeira da
União Soviética.
“Não nos
renderemos!”, fantasiou Stédile logo depois de encerrado o julgamento.
Só há rendição se houver troca de chumbo, e o comandante do MST nunca
foi além de disparos retóricos. Se tivesse bala na agulha, o gaúcho
falastrão mobilizaria algum destacamento para impedir, na quinta-feira,
que a Justiça Federal confiscasse o passaporte de Lula, de malas prontas
para voar rumo à Etiópia disfarçado de perseguido político. Nada
aconteceu. E nada vai acontecer quando for decretada a prisão do
ex-presidente condenado por corrupção e lavagem de dinheiro.
Gleisi
Hoffmann avisou que para punir o chefão seria preciso prender e matar
muita gente. Ninguém morreu, ninguém foi preso. José Dirceu gravou um
vídeo para informar que estaria em Porto Alegre decidido a liderar os
pelotões do PT. Retido em Brasília pela tornozeleira eletrônica,
acompanhou pela televisão o nocaute do chefe. Lindbergh Faria comunicou
à nação que a confirmação da sentença de Moro seria a senha para o
início da luta nas ruas do país. Quem procurou soldados de uniforme
vermelho viu apenas os veículos de sempre.
Como as
divisões de Gleisi, Dirceu e Lindbergh, três revolucionários de
galinheiro, ambém o exército do Stédile só consegue matar de rir.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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