Uma
operação da Polícia Federal foi deflagrada na manhã desta quinta-feira
(23), em cidades da Bahia e Minas Gerais. São 13 mandados de prisão
preventiva, 4 de prisão temporária e 41 de busca e apreensão. A operação
Lateronis acontece em conjunto com com o Ministério Público Federal
(MPF) e a Controladoria Geral da União (CGU) e conta com a participação
de 160 policiais federais e 16 auditores da CGU, em 16 cidades baianas e
uma mineira.
Foram
fraudados contratos na área de educação entre 2010 e 2016, e, segundo a
PF, a organização criminosa investigada obteve cerca de R$ 140 milhões
em contratos, dos quais teriam sido desviados pelo menos R$ 45 milhões
por fraudes. O grupo é formado por políticos, empresários e servidores.
As investigações da PF apontam que o dinheiro desviado era repassado
para servidores, que usavam o valor para corromper servidores públicos
para fraudar licitações na área de transporte escolar. O grupo podia
escolher quem seriam os candidatos e até quem seriam os secretários
nomeados nos municípios.
Segundo
a PF, as investigações apontaram que três falsas cooperativas que
pertenciam a um mesmo grupo, vencedoras de licitações recorrentes,
desviavam recursos públicos obtidos através de contratos celebrados com
diversos municípios, na área de transporte, sobretudo escolar. O grupo
usava as empresas como fachada para fazer o esquema, já que não havia
concorrência e a vencedora era decidida antes. O valor desviado também
era usado para financiar campanhas políticas.
Ainda
de acordo com a investigações, o grupo chegou a decidir os candidatos
que concorreriam aos cargos eletivos nos municípios de sua atuação, a
formação das coligações locais, o secretariado a ser nomeado pelos
prefeitos e até mesmo se as Câmaras Municipais deveriam ou não aprovar
as contas do município. "Uma espécie de atuação paralela que
influenciava decisões públicas a favor de interesses ligados ao esquema
criminoso", diz a Polícia Federal.
Os
envolvidos responderão pelos crimes de peculato, organização criminosa,
lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude à licitação. O
nome da operação, Leteronis, é uma referência aos soldados da Roma
antiga, que guardavam as laterais e as costas do imperador e que, de
tanto estarem ao lado do poder, passaram a acreditar que eram o próprio
poder e que podiam atuar de forma impune ao cometerem delitos contra os
mais pobres. Com informações do Correio 24hs.
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