Subiu para cinco o número de óbitos causados por febre maculosa em Minas neste ano. Um morador de Florestal, na Grande BH, morreu em Contagem após procurar atendimento na cidade vizinha. O homem tinha contato com animais na zona rural e não esteve na Pampulha, na capital. No entanto, com mais essa confirmação – a segunda em apenas uma semana – o medo da doença transmitida pelo carrapato-estrela volta à tona.
A preocupação é maior justamente na orla da Lagoa da Pampulha. Alguns turistas estão apreensivos e comerciantes temem pela fuga de visitantes, sobretudo no Parque Ecológico, onde houve o contágio da primeira vítima, que também era de Contagem. Na tentativa de evitar novos casos, a prefeitura de BH apresentou nessa sexta-feira o plano de manejo dos roedores, que deve durar pelo menos um ano.
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Novo roteiro
Moradores de Almenara, no Jequitinhonha, Valéria Gonçalves Marcelina, de 28 anos, e Pedro Maia de Souza, de 34, estavam no cartão-postal da cidade quando souberam dos casos. A notícia impactou no roteiro dos turistas, que pretendiam ir até o parque. “Como é uma doença grave, devemos evitar. Fica difícil não temer”, disse Maia.
No Parque Ecológico a situação é ainda pior. No ano passado, um menino de 10 anos também morreu por febre maculosa após ter tido contato com a área verde. A criança participou de uma atividade recreativa em 20 de agosto e, seis dias depois, começou a apresentar os sintomas.
Quem trabalha no espaço conta que o movimento caiu 50%. “Nesse primeiro fim de semana é que vamos perceber, de fato, o impacto. Mas, no ano passado, os visitantes sumiram”, conta uma ambulante que trabalha por lá.
Parque Ecológico Pampulha
Comerciantes acreditam que irá cair o número de visitantes no cartão-postal; Parque Ecológico foi um dos locais mais afetados no ano passado, na época da morte de criança
Plano contra a doença
Segundo a prefeitura, o plano de manejo já começou. Dentre as ações, o atendimento e o diagnóstico da febre, a conscientização das pessoas e a castração dos roedores. Médicos e profissionais que atuam em unidades de saúde passaram por capacitações. Eles estão habilitados a identificar os casos e tratar imediatamente os doentes. A conscientização da população será feita com folders e placas em locais de risco.
Já o início dos trabalhos com os bichos deve começar só na segunda-feira. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente aguarda um retorno do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Técnicos da empresa contratada vão capturar as capivaras e castrá-las, antes do retorno ao habitat. Os animais serão identificados e monitorados. A reportagem tentou, por várias vezes, contato com o Ibama. No entanto, até o fechamento desta edição, ninguém atendeu às ligações nem retornou e-mail enviado.