Por Redação Bocão News
Em meio a o julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma
Rousseff, o jornal francês Le Monde, um dos mais influentes do mundo,
publicou um editorial sobre o tema e coloca o impedimento como “um golpe
ou uma farsa”.
"Se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa. E as
verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os
brasileiros”, diz trecho do artigo publicado neste sábado (27).
O jornal faz uma análise sobre a situação política do Brasil e relembra
que Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, é acusado de
corrupção e de lavagem de dinheiro e foi ele quem iniciou esse processo
de impedimento. Cita também que a presidente afastada “está sendo
julgada por um Senado que tem um terço de seus representantes como alvos
de processos criminais”. Pontua ainda que o “braço direito de Temer,
Romero Jucá, ex-ministro do Planejamento do governo interino, foi
desmascarado em maio por uma escuta telefônica feita em março na qual
ele defendia explicitamente uma "mudança de governo" para barrar a
operação "Lava Jato". Logo após Jucá pediu demissão do cargo.
Confira trechos do artigo:
Dilma Rousseff cometeu erros políticos, econômicos e estratégicos. Mas
sua expulsão, motivada por peripécias contábeis às quais ela recorreu
bem como muitos outros presidentes, não ficará para a posteridade como
um episódio glorioso da jovem democracia brasileira.
Para descrever o processo em andamento, seus partidários dizem que esse
foi um "crime perfeito". O impeachment, previsto pela Constituição
brasileira, tem toda a roupagem da legitimidade. De fato, ninguém veio
tirar Dilma Rousseff, reeleita em 2014, usando baionetas. A própria
ex-guerrilheira usou de todos os recursos legais para se defender, em
vão.
Impopular e desajeitada, Dilma Rousseff acredita estar sendo vítima de
um "golpe de Estado" fomentado por seus adversários, pela mídia, e em
especial pela rede Globo de televisão, que atende a uma elite econômica
preocupada em preservar seus interesses supostamente ameaçados pela sede
de igualitarismo de seu partido, o Partido dos Trabalhadores (PT).[...]
O homem que deu início ao processo de impeachment, Eduardo Cunha,
ex-presidente da Câmara dos Deputados, é acusado de corrupção e de
lavagem de dinheiro. A presidente do Brasil está sendo julgada por um
Senado que tem um terço de seus representantes, segundo o site Congresso
em Foco, como alvos de processos criminais. Ela será substituída por
seu vice-presidente, Michel Temer, embora este seja considerado
inelegível durante oito anos por ter ultrapassado o limite permitido de
doações de campanha.
O braço direito de Temer, Romero Jucá, ex-ministro do Planejamento do
governo interino, foi desmascarado em maio por uma escuta telefônica
feita em março na qual ele defendia explicitamente uma "mudança de
governo" para barrar a operação "Lava Jato".
Se esse não é um golpe de Estado, é no mínimo uma farsa. E as
verdadeiras vítimas dessa tragicomédia política infelizmente são os
brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário