MEDIÇÃO DE TERRA

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domingo, 28 de agosto de 2016

Após 30 anos de pesquisas, Fiocruz anuncia fase final de vacina contra esquistossomose

Sputnik

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) anunciou uma nova fase de estudos clínicos da vacina brasileira, chamada de Sm14, para o combate a esquistossomose, doença que atinge atualmente cerca de 200 milhões de pessoas em várias partes do mundo. Segundo o Instituto, os estudos começarão ainda neste ano no Brasil.
A doença é transmitida pelo parasita Schistosoma e atinge principalmente países pobres que não possuem condições adequadas de saneamento básico. No Brasil 19 estados, principalmente da região Nordeste do país, apresentam casos de esquistossomose.
Após 30 anos para ser produzida, esta é a primeira vez que uma vacina nacional parasitária chega até a fase final de testes no Brasil.
De acordo com a Pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Miriam Tendler, o desenvolvimento da SM 14 é uma das prioridades da Organização Mundial da Saúde para garantir o acesso de países pobres a tecnologias de última geração contra a doença.
"É crescente a preocupação da Organização Mundial da Saúde, com o contraste que existe entre os países ricos e pobres no acesso a tecnologias modernas, de ponta, certamente mais seguras e mais eficazes."
O desenvolvimento da vacina faz parte de uma parceria público privada (PPP) entre a Fiocruz e a empresa Orygen Biotecnologia S.A.
A  vacina vai ser feita a partir de um antígeno, que é uma substância que estimula a produção de anticorpos, evitando que o parasita causador da doença se instale no organismo ou que lhe cause danos.
Miriam Tendler destacou ainda a importância do Brasil na liderança desse tipo de pesquisa, já que o país é referência mundial na fabricação de vacinas. Doenças como coqueluche, difteria, tétano, hepatite B e febre amarela estão atualmente controladas devido a tecnologia brasileira.
"Um produto feito por um país como o Brasil do Hemisfério Sul para uma doença que é importante para o Hemisfério Sul. É a inauguração de uma estratégia, de uma outra lógica, mostrando que somos capazes de fazer isso e que abre caminho para geração de novas tecnologias e produtos semelhantes."
A previsão é a de que os testes tenham início já a partir deste mês e siga até dezembro de 2016, período em que se registra mais casos da doença em território africano.
A Sm14 será administrada em três doses, com intervalos de um mês entre cada uma. A conclusão e os resultados dos estudos estão previstos para 2017.

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