MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 27 de setembro de 2015

"Quem decide se ministério ficará com A ou B é a presidente Dilma, e ninguém mais"


Líder governista na Câmara, deputado federal José Guimarães conversou com o 'JB'

Jornal do BrasilEduardo Miranda

A despeito das críticas que o governo vem sofrendo em relação à reforma ministerial, o líder governista na Câmara, deputado federal José Guimarães (PT-CE), afirma, em entrevista ao Jornal do Brasil, que as insatisfações com as fusões e extinções de pastas, além da troca dos titulares, são naturais.
“Sempre haverá insatisfações, seja no PT, seja no PMDB, mas quem decide se um ministério ou outro ficará com A ou B é a presidente Dilma e ninguém mais”, argumenta o líder.
José Guimarães: "A reforma (ministerial) será do tamanho que a presidenta decidir que ela será"
José Guimarães: "A reforma (ministerial) será do tamanho que a presidenta decidir que ela será"
Diante das declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso de que a reforma perdeu força e a presidente Dilma Rousseff estaria oferecendo cargos ao PMDB para salvar o governo, o parlamentar petista rebate as observações do líder tucano.
"A oposição não tem autoridade para falar nisso, comprou votos para a reeleição, segundo os jornais da época. Fernando Henrique, quando fala, ninguém escuta, por conta do mal que ele fez ao país. E tanto mais ele fala, mais ele desgasta o PSDB. Quem quebrou o país, como ele fez, não tem autoridade para falar. A crise à qual ele se refere está em várias partes do mundo, não é só no Brasil.
Confira a entrevista:
Jornal do Brasil - Qual é a avaliação até agora das conversas para a reforma ministerial?
José Guimarães - Essa reforma é muito necessária e atende às demandas do país por uma nova governabilidade. Ela acontece num momento importante, em que o governo reduz gastos, corta despesas. A reforma também atende ao governo de coalizão e, por isso, ela está sendo feita com muita transparência com absolutamente todos os partidos da nossa base aliada.
Jornal do Brasil - A oposição criticou a reforma, argumentando que ela ficou a reboque da apreciação dos vetos presidenciais e que o governo estaria trocando cargos.
José Guimarães - A oposição não tem autoridade para falar nisso, comprou votos para a reeleição, segundo os jornais da época. Eles deviam estar preocupados com os pacotes do governador do Paraná (Beto Richa, PSDB), por exemplo. Fernando Henrique, quando fala, ninguém escuta, por conta do mal que ele fez ao país. E tanto mais ele fala, mais ele desgasta o PSDB. Quem quebrou o país, como ele fez, não tem autoridade para falar. A crise à qual ele se refere está em várias partes do mundo, não é só no Brasil.
Jornal do Brasil - Com os inúmeros pedidos de diversas alas do PMDB, não se corre o risco de que o corte de ministérios seja menor que o anunciado inicialmente?
José Guimarães - Até agora, tudo não passa de especulações. O fato é que a reforma será do tamanho que a presidenta Dilma decidir que ela será. A oposição fica o tempo todo gritando, criticando a reforma, que isso e aquilo, e ela faz isso porque quer ver o governo sem base. Só tenho a dizer que a presidenta está corretíssima em ouvir os aliados e fazer uma reforma que atenda a todos, inclusive à sociedade.
Jornal do Brasil - E essa reforma ajuda o governo a manter os próximos vetos presidenciais que serão analisados pelo Congresso na próxima quarta-feira (30)?
José Guimarães - Nós já aprovamos 26 vetos na semana passada, antes da reforma. Conseguimos evitar muitos bilhões de reais em gastos que o governo não pode ter, justo nesse momento em que há redução dos gastos. Em relação aos vetos da semana que vem, não vejo motivo para que não sejam mantidos. Vamos continuar trabalhando para isso.
Jornal do Brasil - Mas o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quer apreciar também na quarta o veto ao financiamento de campanha por empresas, que deve ser publicado na segunda-feira (28) no Diário Oficial da União.
José Guimarães - Eu realmente não sei. O que eu sei é que a presidenta está fazendo o que o Supremo decidiu, nada mais que isso. Os demais pontos da reforma política aprovados no Congresso ela está mantendo. Agora, era só o que faltava a Corte decidir uma coisa e o governo dizer que não, que ele vai decidir por outra e aprovar o financiamento empresarial!
Jornal do Brasil - Houve pedido de líderes petistas pela saída de Mercadante, Cardozo e Joaquim Levy no âmbito da reforma ministerial e administrativa?
José Guimarães - Olha, isso apareceu na imprensa, mas eu não sei se, de fato, houve essa reunião (com Eduardo Cunha). Eu só quero deixar claro que isso é um desserviço ao governo. A reforma ministerial tem que atender à nova governabilidade. Sobre a reivindicação dessa reunião, que eu nem sei se houve, afirmo que esses ministros são ministros de grande credibilidade e de confiança da presidenta Dilma.
Jornal do Brasil - Há insatisfação de alas do PT com a possibilidade de o ministério da Saúde ser comandado pelo PMDB?
José Guimarães - Todo mundo, da oposição aos aliados, dizia que precisava reformar, que o governo tinha obrigação de fazer os cortes de cargos e ministérios, e agora protestam? Sempre haverá insatisfações, seja no PT, seja no PMDB, mas quem decide se um ministério ou outro ficará com A ou B é a presidenta Dilma e ninguém mais.
Jornal do Brasil - Como se explica que o Senado tenha pautas mais progressistas que a Câmara? Redução da maioridade penal, financiamento empresarial de campanha e o Estatuto da Família na Casa dos deputados são exemplos.
José Guimarães - Se a Câmara aprovou esses projetos, foi porque houve desejo da maioria. Nós, do PT, e os outros partidos progressistas temos trabalhado na Câmara por uma agenda nossa, estamos sempre apresentando projetos, nosso trabalho não para. O importante é estar sempre trabalhando e apresentando as propostas.
Jornal do Brasil - Como o sr. avalia a saída do deputado Alessandro Molon (PT-RJ) para se filiar à Rede Sustentabilidade?
José Guimarães - É um fato normal e corriqueiro. Filiados entram e saem, é um processo natural da democracia e dos partidos. Desejo sorte ao Molon. Sorte para quem sai e sorte para quem fica. O que deve ficar claro é que nosso projeto é maior que as pessoas.
Jornal do Brasil - Qual é a temperatura para os pedidos de impeachment incendiarem o plenário da Câmara?
José Guimarães - Essa agenda, definitivamente, não é nossa. Essa é uma pauta dos conspiradores e dos golpistas, é uma agitação descabida de parte da oposição irresponsável que quer ver o país na pior situação possível.

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