MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Postos de combustíveis programam repasses com cautela

Aumento dos preços atinge rápida e diretamente vendas do segmento

Jornal do BrasilPedro Leite *
Após o anúncio do reajuste dos preços de gasolina e diesel, donos de automóveis por todo Brasil começaram a quarta-feira (30) refazendo suas contas diante do provável repasse do aumento para seus bolsos. Contudo, especialistas do setor apontam que, com a contração da economia derrubando as vendas, o repasse deve ser implementado com cuidado.
"Os postos aguardam antes de se posicionarem. Se subir muito o preço, eles não vendem. Há cautela para o reajuste", afirma Emílio Martins, vice-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap) e diretor da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
A Petrobras informou, na noite de terça-feira (29), que decidiu reajustar os preços de venda de seus combustíveis nas refinarias. Os reajustes são de 6% na gasolina e de 4% no óleo diesel. O aumento vem em momento difícil para a empresa, no qual a alta do dólar pressiona as dívidas e há queda dos preços do petróleo, causado por um excesso de oferta global da commodity.
Os aumentos já valem a partir de hoje. “Os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado não incluem os tributos federais CIDE e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS”, especificou a estatal em nota.
"Amanhã já temos um cenário mais definido, com o governo se pronunciando com relação às projeções dos preços de bomba. Quem comprou combustível hoje já está fazendo reajustes. Vai depender de como se comportam as distribuidoras. Tem companhia anunciando aos postos que o preço vai subir R$ 0,10 no diesel e R$ 0,15 na gasolina", avalia Martins.
Após reajuste, repasses devem se definir mais claramente a partir de amanhã (1º/10).
Após reajuste, repasses devem se definir mais claramente a partir de amanhã (1º/10).
Como consequência do cenário de retração econômica do país, que afeta o setor de combustíveis com intensidade, os donos de postos encaram com prudência a elevação dos preços.
"Nos últimos dois meses, a queda de vendas foi explícita e geral. A atividade econômica diminui e, consequentemente, também o consumo. Qualquer tipo de aumento pode acentuar uma menor demanda, principalmente dos carros de passeio", afirma Martins. "Determinados setores diminuíram em 50% o frete. Isso tem reflexo direto no segmento de combustíveis. Qualquer tipo de ajuste potencializa isso".
Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços (CNC), afirma que o segmento é o mais atingido em termos de queda de vendas. "Combustível não depende tanto de crédito, de confiança do consumidor. Depende basicamente de preço", explica o economista.
Segundo Bentes, houve diminuição de 3,3% em relação ao mesmo período do ano passado (janeiro a julho) analisado. Nesse período, o desempenho é o pior do setor desde 2006, quando a perda chegou a 10%.
"O principal problema das vendas nesse segmento tem sido o comportamento dos preços. A inflação média no varejo desse período tem ficado em 6,4%. A inflação dos combustíveis e lubrificantes medida pelo IBGE é de 9,1%, a inflação mais alta dos dez segmentos do varejo", analisa Bentes. "No passado o problema do setor foi o custo, agora é a receita. A economia está encolhendo, a perspectiva é de 3% de encolhimento do PIB esse ano. A circulação de pessoas e mercadorias diminui, derrubando a receita", avalia.
O último reajuste do preço de venda nas refinarias de gasolina e diesel foi anunciado em novembro de 2014. A gasolina subiu 3% e o diesel 5%.
Reajuste levanta preço de ações da Petrobras
As ações da Petrobras foram beneficiadas pelo anúncio do reajuste. No encerramento da Bovespa desta quarta-feira, os papéis Petrobras ON eram negociados em alta de 8,79%, negociados a R$ 8,54, enquanto os PN tiveram valorização de 9,86%, a R$ 7,24. Em Nova Iorque, os ADRs (American Depositary Receipts) da empresa terminaram cotados a US$ 4,35, subindo 11,83%.
* do projeto de estágio do JB

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