Aplicativos prometem saúde na palma das mãos

Aplicativos para celulares já ajudam médicos e pacientes em tratamentos e exames mais simples

JORNAL O HOJE - GO

Jéssica Torres
Na hora verificar se a saúde está em dia ou mesmo tratar algum sintoma mais simples (como tosse, dor de cabeça, mal estar) as alternativas mais tradicionais são um posto de saúde ou m consultório médico particular. Mas em tempos modernos que tal ir ao seu celular ou smartphone? Quase que um posto de saúde ou consultório médico ao alcance de suas mãos é o que possibilita inúmeros aplicativos voltados para o auxílio de diagnósticos e tratamento médicos
Cada vez mais populares, esses apps devem gerar cerca de 142 milhões de downloads em todo o mundo em 2016, de acordo com pesquisa da empresa Juniper Research, que avalia o mercado de softwares para celulares. No Brasil, essa tendência de aplicativos para saúde já chegou até ao Sistema Único de Saúde (SUS), com ferramentas via smartphones que permitem a comunicação facilitada com seu médico, verificação de listas de medicamentos gratuitos disponíveis na rede pública, entre outras utilidades. Por meio de alguns apps já se é possível até fazer alguns tipos de exame de urina.
Mas até ponto esses recursos tecnológicos podem ser considerados confiáveis? De acordo com a presidente do Sindicato dos trabalhadores do Sistema único de Saúde do Estado de Goiás (Sindsaúde/GO), Flaviana Alves, esta inovação tecnológica é positiva. “A tecnologia através destes aplicativos de celulares é um bem-vinda para auxiliar a medicina e a saúde da população, principalmente no âmbito de prevenção, como por exemplo, para descobrir de antemão uma alta taxa de glicose, coisas assim podem auxiliar”, afirma. Porém, ela ressalta que os apps na área da saúde devem ser usados com cuidado, avaliando a confiabilidade do aplicativo, como no caso da origem das informações fornecidas na ferramenta. “Tem que se tomar cuidado se é bem feito e estruturado”, orienta.
Hoje, em qualquer lugar, os aplicativos já são capazes de averiguar alguns dados, como batimentos cardíacos, contador de calorias e verificar se está em uma faixa considerada regular, assim, sempre que houver um desnível o indicado é procurar um médico.
Avanço
Segundo o professor doutor Cleomar Rocha, coordenador do Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento e Inovação em Mídias Interativas, da Universidade Federal de Goiás (UFG), a tecnologia em prol da saúde está em ascensão. “Essa aproximação vem ganhando espaço rapidamente. Em um futuro próximo não só apenas celulares, mas diversos dispositivos poderão auxiliar na verificação de exames de saúde”, afirma. “Cremos pelas pesquisas que essas aferições passarão diretamente para médicos, além disso, outros dispositivos com sensores estarão disponíveis, como por exemplo, nos óculos ou em peças de roupa”, completa.
De acordo com o professor, muitos estão em fase de testes. “Daqui a pouco será possível colocarmos uma gota de suor e ter uma série de dados, analisando e identificando o grau de normalidade”, diz. “A perspectiva é que haverá novos artefatos interativos, como um banco do prontuário do paciente”, exemplifica. Para o especialista, o surgimento de todos estes aplicativos é um benefício se usado para verificação no cotidiano. “O que não significa deixar de ir a um médico”, alerta.
Exame de Urina
Um exemplo de avanço já é possível ser visto na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no qual pesquisadores desenvolveram aplicativos que permitem a realização de exames oftalmológicos e até exame de urina. Com uma lente adaptada na capa, o celular tira uma foto do olho e o aplicativo detecta qual pode ser o problema. No caso do exame de urina, a pessoa mergulha um chip (especial) na amostra, tira uma foto com o celular e consegue na hora saber, por exemplo, se tem sangue na urina e qual o nível de glicose.