Com o fim da ditadura de Vargas em 1945, o ex-Presidente Washington Luiz voltou do longo exílio. Veio de navio, foi recebido na Praça Mauá por uma multidão emocionada. Saudou-o o general Euclides de Figueiredo, da Revolução Constitucionalista de São Paulo, pai do escritor Guilherme de Figueiredo e do general João Baptista de Figueiredo.
Depois do discurso, Washington Luiz entrou em um carro aberto e saiu desfilando pela Avenida Rio Branco, lotada de gente. A seu lado, o general Alcio Souto, Chefe da Casa Militar do então Presidente Dutra.
Na esquina da Presidente Vargas, o jovem líder estudantil e jornalista baiano Nilson de Oliva César, o “Pixoxó”, do “Diário Trabalhista”, totalmente de porre, pulou no carro de Washington Luiz e começou a gritar:
– Viva! Vivôôô!!! Viva!!! Vivôôô!!!
O velhinho ex-presidente, a barba toda branca e o terno preto, sorria manso e passava a mão na cabeça de Nilson. De repente, outras pessoas começaram a subir também no carro aberto. E Nilson gritando:
– Vivaaa!!! Vivôôôô!!! Vivôôoo!!!
Na esquina de Almirante Barroso, o carro não resistiu ao peso e parou. O general Alcio Souto mandou os caronas todos saírem:
– Desce todo mundo, exceto o neto.
O falso ‘neto’ era Nilson, de porre, gritando Vivôôôô!
FRIBOI
Como no brinquedo “Chicotinho Queimado”, está esquentando o escândalo do BNDES com a “Friboi”. Quem levantou a lebre foi o Tribunal de Contas, que pediu ao BNDES informações sobre o empréstimo de 7 bilhões e meio à “Friboi”. O BNDES, atrevidamente, respondeu que nada tinha a responder porque o “sigilo bancário” o obrigava ao segredo.
O BNDES, como o Banco do Brasil, a Caixa, o Banco do Nordeste, são públicos, submetidos à fiscalização do Tribunal de Contas, Polícia Federal, Procuradoria da Republica, Controladoria da União. Convocado, o ministro Fux, do Supremo, determinou que o BNDES entregasse tudo.
Essa história da Friboi com o BNDES é uma Lulada, uma Frilula, uma Frilulinha. Está apenas começando. Vem aí uma CPI, uma Lava-Bife.
MARSHALL
Leio um texto como sempre brilhante e lúcido do economista e professor Helio Duque, baiano-paranaense, três vezes deputado federal, sobre o ultimo relatório da Petrobrás, que começa a sair do abismo do PT.
O Plano Marshall, programa implantado na Europa depois da II Guerra Mundial, de 1945 até 1951, sob o comando do general americano George Marshall, para salvar a Europa estraçalhada pelos bombardeios, teve o custo de 13 bilhões de dólares. Atualizando aqueles valores para os dias atuais, equivaleria a 110 bilhões de dólares, dois terços investidos na reconstrução da infraestrutura da Alemanha Ocidental, ancorados em reforma monetária estabilizadora, executada pelo notável economista Ludwig Erhard, ministro da Economia e criador da economia de mercado social, foi base fundamental para o reerguimento da Alemanha, até hoje.
PETROBRÁS
- – No balanço, a Petrobrás registrou dívida líquida de 332 bilhões de reais. Em dólares, equivale ao montante dos recursos aplicados pelo Plano Marshall na reconstrução europeia. No “Relatório da Administração e Demonstrações Contábeis Auditadas” de 2014, os números são impressionantes. Os ativos imobilizados têm valor de 580 bilhões de reais.
- – Os financiamentos para amortização do endividamento têm escala variável de 1 a 5 anos, sendo aproximadamente 80% em dólar. Os investimentos temerários são citados, dentre outros o das refinarias Premium I (no Maranhão) e Premium II (no Ceará), projetos desativados por serem inviáveis, representando prejuízo de 2.825 bilhões.
- – No Japão, a refinaria de Okinawa, comprada na gestão Gabrielli, com capacidade para processar 100 mil barris/dia, vai ter suas atividades encerradas por inviabilidade econômica. A refinaria de Passadena no Texas, não merece considerações. Outros investimentos desastrosos são mencionados, destacadamente as investigações na operação da lava jato.
- – O relatório destaca: “Ao longo de 61 anos, construímos uma trajetória de superação de desafios, tornando-nos líderes mundiais em tecnologia para exploração e produção em águas profundas e ultraprofundas onde estão cerca de 90% das nossas reservas”.
A indiscutível competência técnica dos profissionais de carreira é responsável e construtora dessa Petrobras que orgulha os brasileiros, infelizmente levada a viver o inferno astral que estamos assistindo.A sua ressurreição ocorrerá nos anos próximos, se a interferência descabida e incompetente do governo Dilma não atrapalhar,impedindo o aparelhamento da estrutura administrativa como empreguismo terceirizado.
A nova diretoria descobriu estarrecida que o setor de comunicação, dirigido por 12 anos pelo sindicalista Wilson Santarosa (já demitido), tinha 1.146 funcionários contratados. No Banco do Brasil, o setor tem 105 servidores; na Vale, são 46.É o retrato do empreguismo irresponsável.
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