Referendo surpresa fez com que o país se indispusesse com o resto o bloco, que agora se prepara para um calote
A grande rejeição ao pedido grego foi uma demonstração alarmante de como o bloco monetário está indisposto com Alexis Tsipras, primeiro-ministro grego. O motivo é o anúncio inesperado feito na sexta-feira (26), que encerrou cinco meses de negociações, de que o país promoveria um referendo para que a população decida se a Grécia deve ou não aceitar as condições da União Europeia, o Banco Central Europeu e do próprio FMI para conseguir um novo empréstimo.
O problema é que essa consulta popular está marcada para o dia 5 de julho, quando o prazo do pagamento a dívida já terá vencido. Sem um novo empréstimo, a Grécia não conseguirá pagar a dívida e entrará em situação de calote, que pode tirá-la da zona do euro.
Depois do encontro, do qual o representante grego não pôde participar, os 18 representantes dos países da zona do euro prometeram fazer o que for necessário para estabilizar a região, ressaltando que as condições econômicas atuais estão melhores agora do que estavam no ápice da crise, há alguns anos. No comunicado, também acusaram Atenas de romper as negociações unilateralmente e pediram implicitamente à Grécia que adote controles de capital para estabilizar seu sistema bancário.
"O atual arranjo de assistência financeira à Grécia vencerá em 30 de junho de 2015, bem como todos os acordos relacionados ao atual programa grego", disse o comunicado dos ministros.
Para o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, a recusa em adiar o prazo "certamente afetará a credibilidade do Eurogrupo como uma união democrática de Estados membros parceiros".
A rejeição à prorrogação do prazo aumentou a enorme pressão sobre os bancos gregos, que dependem de suporte do banco central para continuarem vivos. O resultado foi longas filas formadas em frente a caixas eletrônicos, com pessoas querendo sacar seu dinheiro enquanto os bancos ainda estão operando normalmente.
(Com Reuters)
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