MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Vai e vem comprometedor



Passado o período eleitoral, a presidente Dilma Rousseff finalmente reconheceu a situação desastrosa da política econômica conduzida pelo seu governo, fato que havia negado peremptoriamente nos palanques da campanha.
Dilma caiu na real e decidiu encaminhar ao Congresso Nacional, em novembro do ano passado, a revisão dos critérios para definir o superávit primário, incapaz de atingir a meta de R$ 67 bilhões prevista na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2014 com a qual havia se comprometido e balizou previsões econômicas. Comprometeu assim ainda mais sua credibilidade.
Incapaz de cumprir a lei, pelos gastos excessivos, descontrolados e de qualidade questionável, a presidente com o apoio de sua base aliada mudou as regras do jogo. Déficit fiscal de mais de R$ 32,5 bilhões, desaceleração da economia e metas irrealizadas foi o balanço de 2014.
Dilma fez também a revisão dos seus prognósticos para a meta do superávit primário para 2015.   A nova proposta veio acompanhado com as nomeações de Joaquim Levy (Fazenda) e de Nelson Barbosa (Planejamento) e consolidou que a “continuidade” enfatizada na campanha cedeu espaço para a mudança que a realidade impunha.
A preocupação com o equilíbrio fiscal e os cortes orçamentários, que atingem até programas sociais, passaram agora a fazer parte do receituário do governo na tentativa, tardia, de driblar um processo recessivo que se torna cada vez mais evidente para este ano.
Com o cenário macroeconômico interno e externo desfavorável, agravado com a possibilidade de racionamento de água e energia e pela instabilidade provocada pelas denúncias de corrupção na Petrobras, a inflação já ultrapassou o teto e assim é mais do que hora de recuperarmos os marcos econômicos que garantiram a estabilidade a partir do governo Fernando Henrique Cardoso.
Estamos falando de combate prioritário e central à inflação, cumprimento das metas do superávit fiscal com rigorosa observância da Lei de Responsabilidade Fiscal, e política de câmbio flutuante, os três pilares que deram sustentação para o sucesso do Plano Real e ficaram comprometidos durante o governo Dilma.
A nossa convicção porem é que apenas os restabelecimentos desses pilares serão insuficientes para retomarmos o vigor da economia, corre-se o risco de que a medicação para combater a moléstia, sacrifique o paciente!
As medidas improvisadas para turbinar pontualmente alguns setores da economia na primeira gestão Dilma não tiveram efeito para alcançarmos o resultado virtuoso do desenvolvimento. Não será também com a política de subsídios praticada pelo BNDES e a proposta de criação dos “campeões nacionais”, grandes empresas que puxariam o crescimento da nossa economia, que resolveremos a questão.
Enfrentamos um grave problema estrutural – a desindustrialização é um deles – que diz respeito à questão da produtividade que precisa ser retomada por um programa bem dimensionado de inovação tecnológica.
Retomar o Programa de Concessões e PPPs para aumentarmos o investimento em infraestrutura.
Regras claras de proteção ao investidor, agências reguladoras que efetivamente cumpram seu papel. Programas sociais de transferência de renda mas que sejam emancipadores e tenham porta de saída.
Acredito serem pontos para compor uma política econômica que além de estabelecer premissas da estabilidade, eficiente e capaz de ir além e superar a estagnação, mas tenho pouca confiança na capacidade do governo tomar medidas dessa envergadura. De nossa parte vamos continuar cobrando saídas para a crise que foi ignorada e está fazendo nossa gente pagar caro por isto, vamos continuar a apresentar propostas e torcer por uma mudança de governo, pois o nosso País precisa e merece! 
12/02/2015
Arnaldo Jardim é deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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