Empresária usou barco do marido pescador para montar a 'jangalancha'.
Número de passeios aumento com a alta estação na capital potiguar.
A jangalancha oferece passeio no Morro do Careca, um dos cartões-postais de Natal (Foto: Divulgação/Jangada Show)
Uma das embarcações mais características do Nordeste, a jangada, foi
também o principal instrumento que a empresária Thays Emanuele Beretta
encontrou para estruturar um negócio lucrativo, em Natal, no Rio Grande do Norte.
A empreendedora adaptou a tradicional jangada - antes muito usada por
pescadores - para o transporte de passageiros e assim criou a
jangalancha.Tudo começou em 2010 e inspirado na profissão do marido de Thays, Robson Silva, que, à época, era pescador. “Enxerguei a oportunidade de negócio assim que visitei a praia. Não havia empresa que explorasse esse passeio contornando o morro. E todo mundo quer saber o que tem lá atrás”, lembra ela. A jangada do esposo, com quatro metros e meio, teve então de ser adaptada. A estrutura foi modificada. A embarcação ganhou motor de lancha - daí o nome do novo veículo 'jangalancha - e mais assentos para garantir o conforto e segurança dos turistas. A ideia deu tão certo que logo se transformou na principal atividade da família.
Por ser um barco maior, a jangalancha pode transportar até 16 pessoas, além de oferecer sombra, mais rapidez e conforto ao passeio, que dura cerca de uma hora. Ofertado ao preço de R$ 40, o trajeto percorre a praia de Ponta Negra, contorna o Morro do Careca, até chegar à praia do Alagamar (atrás do principal ponto turístico e área de preservação ambiental). Nesse intervalo, são permitidos mergulhos de 20 minutos na área,antes de retornar à praia de Ponta Negra.
Na alta temporada, o número de passeios começa de manhã cedinho e só termina com pôr do sol, totalizando sete trajetos ao dia. Já na baixa temporada, período do ano em que o movimento diminui, são oferecidos de cinco a seis passeios por dia, com um mínimo de duas pessoas no barco por trajeto. “Apesar de o movimento baixar, até em dias de chuva conseguimos fazer passeios”, garante Thays Beretta, que é responsável pela gestão da empresa.
Sobrevivência
Distante do verão ou das férias escolares ao fim de cada semestre, a empresa conta com uma carta na manga para manter o fluxo de caixa. O casal usa a internet para difundir o negócio. Além de manter um site com informações sobre o negócio, a empresa atualiza diariamente a rede social Facebook com fotos de todos os passeios realizados que ficam à disposição ds clientes. Por se tratar de uma área de preservação ambiental, é proibido o uso de câmeras fotográficas e celulares pelos visitantes no passeio até a praia do Alagamar. A estratégia para sanar o problema foi disponibilizar no barco um funcionário para fotografar todos os clientes durante o passeio.
“Hoje invisto muito na internet, porque ao mesmo tempo que o meu cliente acessa a minha página pra conferir as fotos dos passeios, ele já me dá um feedback sobre o serviço e na maioria das vezes elogia, fazendo uma publicidade espontânea da Jangalancha”, explica Thays, que também investe em sites de compras coletivas para atrair clientes durante a baixa temporada, chega, através dos sites, a vender até mil ingressos num período de dois meses. A publicidade também é feita por meio de parcerias com hotéis, agências de turismo e funcionários que ficam na beira da praia convidando turistas.
Em 2014, a dupla de empresários procurou o Sebrae para melhorar a eficiência na área de finanças. Por meio de consultorias, Thays passou a organizar tabelas de receitas, que hoje prevêem um lucro de 20% ao ano para o negócio da microempresa.
E sem esquecer das parcerias, a empresa formada hoje por seis funcionários tem todos os uniformes elaborados por uma marca de tecidos com proteção solar e planeja continuar prospectando novos parceiros do segmento turístico. Com otimismo para o futuro, os objetivos dos empresários seguem em alcançar uma maior cartela de clientes e adquirir um barco com maior capacidade para passageiros.
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