MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Bebida alcoólica com energético é um perigo, alerta especialista


por
Tamirys Machado
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Iniciamos a semana do Carnaval e os baianos e turistas começam a se preparar para a festa momesca. Aguentar os sete dias de folia não é tarefa fácil, por isso muita gente recorre aos energéticos para se manter acordado. Porém, especialistas alertam que a mistura com álcool pode ser muito danosa à saúde. Além disso, o indivíduo que consome essa perigosa mistura tende a perder a percepção do estado de embriaguez e passar dos limites. Um estudo realizado no Canadá comprova que consumir bebida alcoólica com energético faz com que o indivíduo beba 30% a mais do que beberia se estivesse ingerido apenas o álcool.
Segundo o médico cardiologista, do Hospital Santa Izabel, Alessandre Rabelo, “desde lançamento das bebidas energéticas  ou “energéticos” na década de 90, o consumo tem aumentado de maneira significativa, principalmente entre jovens, que buscam  os efeitos de excitabilidade e euforia  nas “baladas noturnas”. Muitos questionamentos acerca dos riscos e efeito do uso combinado com álcool tem sido motivo de alerta pela comunidade médica”, contextualizou.
Conforme Rabelo, os energéticos apresentarem ingredientes como a cafeína, taurina, vitaminas, guaraná, ginseng, entre outras substâncias que prometem melhora da performance energética, resistência, desempenho atlético e concentração. Contudo, acredita-se que o maior responsável pelos efeitos de excitabilidade seja a concentração de cafeína.
Cuidado com os efeitos da combinação
É recomendado pela medicina o máximo de 400mg de cafeína por dia. Em uma xícara de café contem 100mg. Em um energético contém 50 a 180 mg de cafeína. Uma lata de 250ml dessas que vende em camarotes e festas populares tem em média 80 mg de cafeína, ou seja, para o cidadão passar do limite aceitável pelos médicos ele tem que ingerir mais de 5 latinhas de energético.  O médico Rabelo, que também é especialista em especialista em Arritmias Cardíacas, explica que doses maiores podem causar euforia excessiva, taquicardia, sudorese excessiva, palpitações, insônia e agressividade. Para ele, no entanto o principal dano é o indivíduo continuar bebendo e não perceber o momento de parar.
 “A cafeína contida nos energéticos contribui  para maior consumo de bebida alcoólica, exatamente por reduzir os efeitos sedativos do álcool e da sensação subjetiva de  embriaguez. A consequência  disso seria cada vez mais uso de bebida alcoólica e ocorrência de quadro clínicos graves de intoxicação alcoólica”, afirmou.
Um estudo canadense, publicado em 2011, analisou o comportamento de jovens usuários de “energy alcoholic drinks” , e mostrou que o consumo de bebida alcoólica foi 3  vezes maior quando comparados com indivíduos que ingeriram bebida alcoólica isoladamente. Alem disso, foi constatado alterações comportamentais de risco, como dirigir sob efeito de álcool, maior exposição sexual, agressividade e atitude violenta.
O cardiologista explica as complicações cardiovasculares da mistura de álcool com energético. “Quando analisamos os efeitos sob o sistema cardiovascular podemos citar a ocorrência de palpitações, aceleração no coração e alteração na pressão arterial em indivíduos propensos. Sabemos que tanto o uso de álcool e de cafeína contida nos energéticos podem causas aceleração no coração. Existe uma condição descrita há décadas denominada de “Holiday Heart sindrome” em que indivíduos que fazem uso de bebida alcoólica em grande quantidade no fim de semana, podem apresentar arritmia cardíaca, sobretudo a Fibrilação atrial, no dia seguinte à libação alcoólica. Isto ocorre porque o álcool e substâncias estimulantes favorecem o aparecimento de focos elétricos arritmogênicos no coração, podendo ocasionar arritmias cardíacas”, explica.
Alessandre Rabelo ressalta que é necessário reduzir os excessos. “É importante salientarmos que devemos sempre coibir os excessos. Fica claro que a responsabilidade no consumo deve ser compartilhada também ao usuário. Beber com moderação será sempre o centro da questão, seja com energéticos ou não”, finalizou o médico.

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