Joyce de Sousa
A TARDEContas de luz, IPTU, "Taxa de Lixo", matrícula e material escolar estão entre as despesas que vão afetar o bolso dos consumidores agora em janeiro, além dos itens influenciados pelo reajuste do salário mínimo, a exemplo das taxas de condomínio. Na capital baiana, mais dois agravantes: a alta, a partir de hoje, da tarifa do transporte coletivo (de R$ 2,80 para R$ 3) e dos serviços e produtos também de interesse turístico, neste mês de alta estação.
"É hora, portanto, de por os pés no chão e fazer contas", alerta a supervisora técnica na Bahia do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Georgina Dias. Pelos cálculos do órgão, os aumentos previstos para este mês já devem garfar boa parte do novo salário mínimo. "A vantagem é que, com um ganho real, acima da inflação, o reajuste do mínimo em janeiro tornou-se estratégico para amenizar o impacto dos demais aumentos no bolso do trabalhador". diz.
O novo salário mínimo de R$ 788, que entra em vigor hoje, aumentou 8,8%, contra os 6,4% projetados para a inflação do ano passado. A diferença, ou seja, o ganho real, já deve ser diluída com as novas altas de preços e tarifas. "É um ano novo, mas o problema de defasagem histórica do salário mínimo existe desde a sua instituição, na década de 40", diz a técnica do Dieese.
Contas de luz
Com a implantação, a partir deste mês, do sistema de bandeiras tarifárias, as contas de energia elétrica começam o ano 8,3% mais caras. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as faturas dos consumidores agora em janeiro já estão classificadas com a bandeira vermelha, indicando o custo de energia no nível mais alto. Na prática, será um adicional de R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora consumidos.
IPTU e Taxa de Lixo
Os contribuintes de Salvador vão ter aumento de 6,3% no Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, o IPTU. "Quem estiver na faixa de isenção, com valor do imóvel em torno de R$ 80 mil, deve ficar atento para que a correção também seja aplicada a este teto previsto em lei, para não ficar de fora do benefício", alerta a professora do Núcleo de Estudos Tributários (NET), Karla Borges. "Se reajustou para cobrar, tem de reajustar para isentar também", afirma.
Os boletos com a cobrança do imposto - e com o aumento, no mesmo patamar, para a Taxa de Coleta, Remoção e Destinação de Resíduos Sólidos Domiciliares (TRSD), a popular "Taxa de Lixo" - já começam a ser enviados na próxima semana pela prefeitura. Quem puder, deve se programar para pagar os tributos em cota única, até a data do vencimento em fevereiro, assegurando um desconto de 10%.
Escola
Já quem deixou para matricular as crianças na escola na última hora vai ter de enfrentar, também agora em janeiro, o reajuste médio de até 10%, aplicado desde o final de novembro, quando começaram as reservas de vagas na rede particular de ensino. A lista de material escolar deve ter, no mínimo, um aumento de 8%, devido à variação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para esses produtos em São Paulo, afetando os preços dos fornecedores que atendem todo o país.
"Para evitar custos desnecessários, os pais ainda devem ficar atentos aos materiais exigidos pelas escolas, denunciando eventuais abusos", alerta o superintendente do Procon na Bahia, Ricardo Maurício Soares. Estão vedados, por exemplo, itens de uso coletivo ou administrativo, como papel higiênico, sabão líquido e clipes.
Carro
No caso do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), a previsão é de uma redução média de 3,5%, com base na queda do valor de venda dos veículos calculada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). A cota única deve ser paga até 6 de fevereiro, assegurando desconto de 10%.
Somente a partir do dia 23 de março, é que os donos de veículos vão enfrentar alta na taxa dos serviços prestados pelo Detran. Os seguros também devem ser reajustados, com base na inflação de 2014, sendo também influenciados pelo reajuste do salário mínimo. Os motoristas baianos ainda terão este ano, provavelmente a partir de abril, um outro custo a mais: o repasse do aumento, de 27% para 30%, da alíquota do ICMS da gasolina, para financiar o Fundo Estadual de Logística e Transportes, criado pelo governo baiano.
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