Acílio Lara Resende
O Tempo
A principal causa do abastardamento da “vida pública” no país, com uma ou outra exceção, resulta do descaso de todos os governos, não apenas pelo ensino em si, mas pela educação, do primeiro e segundo graus à universidade. Além de sempre mal remunerada, não há, hoje, profissão mais ingrata e difícil de ser exercida do que a de professor. O respeito entre mestre e discípulo acabou faz tempo, mas, ao que parece, ninguém se deu conta disso ou, então, concorda com isso.
Esse descaso pelo que deveria ser a primeiríssima preocupação de todos os governos leva ao desinteresse por nossa história. E o povo que não conhece sua história não tem como pensar nem encarar seu futuro. Ou, dizendo melhor: não tem projeto de futuro.
O slogan “Brasil, Pátria Educadora”, reeditado agora pela presidente Dilma Rousseff, cheira a achincalhe. Já nada inspirava quando foi criado e, agora, com a nomeação de alguém totalmente estranho ao setor, é mais uma confirmação de que a educação só serve mesmo como moeda de troca. Só pode merecer, portanto, o descaso!
Tanto isso é verdade que, mesmo eleita prioridade máxima deste segundo mandato, a educação foi duramente atingida pelo decreto presidencial, que valerá até a aprovação do Orçamento, com um corte de R$ 7 bilhões (dos R$ 22,7 bi já cortados). O decreto bloqueou, na realidade, um terço dos gastos administrativos das 39 pastas (um número absurdo, que só faz dificultar a administração pública). É essa, então, a prioridade das prioridades da recém-eleita presidente Dilma?
PROVA DO DESCASO
Se o corte na educação é mais uma prova do descaso que se tem por ela, a nomeação do novo ministro é outra zombaria. O ministério entregue a Cid Gomes é a contrapartida do apoio eleitoral que ele e seu irmão deram à presidente no Ceará. Diante das 529 mil redações que obtiveram nota zero no Enem, além de afirmar que “os estudantes estão lendo pouco” (que achado, hein?!), o próprio ministro concluiu: “Não dá para fugir, camuflar e dizer que o ensino público é bom. Está aquém do desejável. Estamos aqui para lutar para melhorar”.
Com que autoridade, porém, o novo ministro fará isso?
É evidente, caro leitor, que o histórico descaso pela educação nos levou à corrupção generalizada e sem limites que vivemos hoje. Embalada pelo princípio do “salve-se quem puder: dinheiro público não tem dono”, tomou conta, praticamente, de todos os nossos órgãos estatais. Os agentes públicos, por sua vez, com honrosas exceções, se transformaram em intermediários de negócios criminosos.
REVOLTA SURDA
A revolta surda que isso tem provocado entre os brasileiros, se não abrirmos os olhos, transformar-se-á numa avalanche, que, mais dia, menos dia, desencadeará reações fratricidas, como sempre ocorreu no mundo todo.
O brasileiro não é nenhum songamonga, incapaz de reagir aos constantes ataques a seus direitos, a seu dinheiro e a sua respeitabilidade, como, às vezes, pode dar a entender. A raiva perigosa e crescente que tem demonstrado por meio, sobretudo, das redes sociais, é assustadora. E, como se sabe, a raiva é inimiga terrível que se cozinha em fogo brando e provoca reações imprevisíveis, quase sempre trágicas. Nunca foi fácil controlar o desespero de ninguém. É ele que nos obriga a cometer atos que, em sã consciência, jamais seriam imaginados. É nessa hora que o ser humano se transforma em animal irracional.
Os exemplos estão na nossa cara!
O Tempo
A principal causa do abastardamento da “vida pública” no país, com uma ou outra exceção, resulta do descaso de todos os governos, não apenas pelo ensino em si, mas pela educação, do primeiro e segundo graus à universidade. Além de sempre mal remunerada, não há, hoje, profissão mais ingrata e difícil de ser exercida do que a de professor. O respeito entre mestre e discípulo acabou faz tempo, mas, ao que parece, ninguém se deu conta disso ou, então, concorda com isso.
Esse descaso pelo que deveria ser a primeiríssima preocupação de todos os governos leva ao desinteresse por nossa história. E o povo que não conhece sua história não tem como pensar nem encarar seu futuro. Ou, dizendo melhor: não tem projeto de futuro.
O slogan “Brasil, Pátria Educadora”, reeditado agora pela presidente Dilma Rousseff, cheira a achincalhe. Já nada inspirava quando foi criado e, agora, com a nomeação de alguém totalmente estranho ao setor, é mais uma confirmação de que a educação só serve mesmo como moeda de troca. Só pode merecer, portanto, o descaso!
Tanto isso é verdade que, mesmo eleita prioridade máxima deste segundo mandato, a educação foi duramente atingida pelo decreto presidencial, que valerá até a aprovação do Orçamento, com um corte de R$ 7 bilhões (dos R$ 22,7 bi já cortados). O decreto bloqueou, na realidade, um terço dos gastos administrativos das 39 pastas (um número absurdo, que só faz dificultar a administração pública). É essa, então, a prioridade das prioridades da recém-eleita presidente Dilma?
PROVA DO DESCASO
Se o corte na educação é mais uma prova do descaso que se tem por ela, a nomeação do novo ministro é outra zombaria. O ministério entregue a Cid Gomes é a contrapartida do apoio eleitoral que ele e seu irmão deram à presidente no Ceará. Diante das 529 mil redações que obtiveram nota zero no Enem, além de afirmar que “os estudantes estão lendo pouco” (que achado, hein?!), o próprio ministro concluiu: “Não dá para fugir, camuflar e dizer que o ensino público é bom. Está aquém do desejável. Estamos aqui para lutar para melhorar”.
Com que autoridade, porém, o novo ministro fará isso?
É evidente, caro leitor, que o histórico descaso pela educação nos levou à corrupção generalizada e sem limites que vivemos hoje. Embalada pelo princípio do “salve-se quem puder: dinheiro público não tem dono”, tomou conta, praticamente, de todos os nossos órgãos estatais. Os agentes públicos, por sua vez, com honrosas exceções, se transformaram em intermediários de negócios criminosos.
REVOLTA SURDA
A revolta surda que isso tem provocado entre os brasileiros, se não abrirmos os olhos, transformar-se-á numa avalanche, que, mais dia, menos dia, desencadeará reações fratricidas, como sempre ocorreu no mundo todo.
O brasileiro não é nenhum songamonga, incapaz de reagir aos constantes ataques a seus direitos, a seu dinheiro e a sua respeitabilidade, como, às vezes, pode dar a entender. A raiva perigosa e crescente que tem demonstrado por meio, sobretudo, das redes sociais, é assustadora. E, como se sabe, a raiva é inimiga terrível que se cozinha em fogo brando e provoca reações imprevisíveis, quase sempre trágicas. Nunca foi fácil controlar o desespero de ninguém. É ele que nos obriga a cometer atos que, em sã consciência, jamais seriam imaginados. É nessa hora que o ser humano se transforma em animal irracional.
Os exemplos estão na nossa cara!
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