O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, afirmou
neste sábado (30) que se frustrará aquele que acreditar no "caminho
sobre as águas". Sem citar sua adversária Marina Silva (PSB), que é evangélica, o tucano
disse em São José do Rio Preto (a 438 km de São Paulo) que "a política é
um exercício da solidariedade". "Aquele que acha que de forma solitária, ou messiânica, que pode
apresentar um caminho, caminhando sobre as águas, e levar a todos a um
futuro melhor, se frustará se acreditar nisso", afirmou Aécio.
Ele disse ainda que política é um exercício permanente do esforço
coletivo, "onde várias pessoas de gerações diferentes, de formações
diferentes, de regiões diferentes do país, se unem em torno de um
projeto coletivo". As afirmações foram feitas durante discurso em um evento de campanha em
Rio Preto que reuniu membros do PSDB, entre eles o governador Geraldo
Alckmin, o candidato ao Senado José Serra e o candidato a vice de Aécio,
Aloysio Nunes.
Depois, em entrevista coletiva, Aécio, ao comentar o encolhimento da
economia brasileira –o PIB do país caiu 0,6% no segundo trimestre na
comparação com os três primeiros meses deste ano–, disse ter ficado
claro que o país parou de crescer. "É aquilo que eu alertava há muito
tempo. Hoje fica claro que o país
parou de crescer. Ele cresce negativamente. A tradução disso é que os
empregos estão indo embora. Não há geração de empregos para jovens, para
quem busca espaço no mercado de trabalho."Sobre a pesquisa Datafolha
divulgada nesta sexta-feira (29), que mostra recuo das intenções de voto
do tucano, Aécio disse não se importar com os números.
"Eu não estou vendo pesquisa, eu estou trabalhando. Obviamente houve uma
mudança no quadro eleitoral a partir da morte de Eduardo Campos, mas
estou confiante que temos a melhor proposta para o Brasil", afirmou.
Aécio falou ainda que o programa de governo apresentado por Marina Silva
é uma "homenagem" a ele. "O programa dela, na verdade, reforça nossas
ideias do ponto de vista
econômico. Me senti imensamente homenageado. Reproduz ponto de vistas de
gestão, pegando exemplos de Minas Gerais, como a remuneração variável
para os servidores públicos da educação", disse.
Ele citou ainda o agronegócio, um setor que tem, historicamente, resistência ao nome de Marina.
"[O projeto do PSB] Valoriza o que nós defendemos desde sempre: o
agronegócio como instrumento essencial de desenvolvimento econômico e
social do Brasil. Portanto, o programa lançado pela candidata Marina na
verdade é o maior apoio que eu recebi até agora. Porque ele resgata as
nossas propostas", disse. "E, entre o original e coerente desde sempre, e as últimas posições da
candidata Marina, acredito que os brasileiros ficarão com original,
porque nós defendemos essas propostas a vida inteira."BLOG DO CORONEL
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