MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 31 de agosto de 2014

Da fuga de votos à fuga de investimentos, o Brasil que se perde nas mãos do PT


Enquanto na campanha o governo perde o apoio religioso; na economia, tenta combater o mau momento da mesma forma ineficaz que já faz há 6 anos.

IMPLICANTE
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Com a morte de Eduardo Campos, a presidente Dilma Rousseff viu suas pretensões de reeleição se tornarem ainda mais difíceis. O voto evangélico, um dos seus principais alvos, disputado por intermédio de orações e citações da Bíblia, fugiu de suas mãos com a chegada de Marina à disputa em substituição ao candidato socialista.
A entrada de Marina Silva (PSB) como candidata à Presidência da República está redesenhando o cenário eleitoral entre os evangélicos, grupo que representa 20% do eleitorado. Devota da Assembleia de Deus, Marina passou a atrair o apoio de líderes evangélicos antes alinhados com o Pastor Everaldo (PSC), quarto colocado nas pesquisas. No novo contexto, quem mais tende a perder apoio das lideranças evangélicas é a presidente Dilma Rousseff.
Mas esse é apenas um dos muitos problemas que a atual presidente busca contornar. A economia continua sendo o calo que mais dói em sua gestão, e nesta sexta-feira se confirmou a ocorrência de uma recessão técnica, com dois trimestres seguidos de PIB negativo.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sofreu variação negativa de 0,6% no segundo trimestre de 2014 comparado ao resultado dos três meses imediatamente anteriores – informou nesta sexta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao segundo trimestre do ano passado, a queda foi ainda maior: de 0,9%.
Nesta versão das Contas Nacionais, também foram revisados os dados do primeiro trimestre deste ano: a alta de 0,2%, anunciada em maio, foi corrigida para recuo de 0,2% ante o último trimestre de 2013. Foi revisado para baixo também o terceiro trimestre de 2013, da queda de 0,3% para 0,6%. Esse resultado e o do último trimestre só não foram inferiores ao do primeiro trimestre de 2009, quando a atividade econômica regrediu 1,7%. .
Um grave sintoma desse mau momento é a elevação do juro do empréstimo a pessoa física, que atingiu 43,2%, o maior percentual desde março de 2011. Isso significa que o mercado duvida cada vez mais da capacidade de o brasileiro quitar qualquer dívida contraída. E se protege dificultando qualquer forma de venda a prazo.
Em 12 meses, a taxa do crédito à pessoa física, em recursos livres, subiu 7 pontos. Para pessoa jurídica, houve alta de 22,6% para 23,1% de junho para julho. Em 12 meses, o crédito para empresas subiu 3,1 pontos. Os recursos livres são todo tipo de crédito não direcionado. Financiamentos imobiliários, por exemplo, entram na categoria de crédito direcionado. Recursos livres incluem cartão de crédito, empréstimo pessoal e outros.
Para tentar não se mostrar inerte frente ao mau momento econômico, o governo lançou um pacote de estímulo ao crédito, que combina injeção de dinheiro no sistema bancário, afrouxamento dos controles para a concessão de empréstimos e normas voltadas para o financiamento de imóveis e veículos.
Pelos cálculos oficiais, a oferta de crédito pode ser elevada em R$ 25 bilhões. Os bancos comemoraram as medidas, que devem melhorar o “ambiente para o crédito no país”, mas avisaram o governo que elas não terão efeitos significativos no curto prazo. Motivos: o cenário de incerteza eleitoral e a pouca disposição dos consumidores de contrair dívidas.
Em suma, mais um vez o governo aposta no estímulo ao consumo como forma de contornar a crise, mesmo com as leis mais básicas de economia sugerindo que o estímulo deveria ser feito no investimento. Se, quanto maior a demanda diante de uma mesma oferta, maiores os preços, estimular o consumo em tempos de inflação alta só deve jogar mais gasolina na fogueira inflacionária. O problema é que o estímulo à oferta passa por medidas ideologicamente opostas às crenças petista, como flexibilização de leis trabalhistas, reduções de impostos, desburocratização do mercado de trabalho e toda uma porção de medidas que agradariam mais empresários que empregados. E agradar um “patrão” é tudo o que um partido que se entende por “dos trabalhadores” menos quer.

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