MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 30 de agosto de 2014

Brasil lidera agressões a professores


por
Tamirys Machado
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Agressões físicas e verbais, ameaças e desrespeito fazem parte do cenário escolar do país. Casos de professores que sofreram algum tipo de agressão na escola tem se tornado rotina, em boa parte, nas instituições públicas.
Conforme a Pesquisa mundial feita pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil está no topo do ranking de agressões sofridas por professores.
Das 34 nações pesquisadas, o país é o primeiro na lista de agressões aos educadores. Cerca de 12,5% dos entrevistados afirmaram sofrer agressões verbais ou intimidação de aluno, ao menos uma vez por semana.
Na Bahia, a Secretaria de Educação do Estado não tem um levantamento sobre casos de agressões, sejam físicas ou verbais, mas é comum ouvir relatos de casos desse tipo, sobretudo na rede pública da capital e interior do estado.
De acordo com a pesquisa, foram ouvidos 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos). Em segundo lugar apareceu a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%, já a Coreia do Sul, Malásia e Romênia, o índice é zero.
O professor Edson Lima, do Colégio Noêmia Rêgo, situado em Valéria, foi agredido e ameaçado por um estudante dentro da sala de aula.
Ele enviou uma carta a APLB Sindical (Sindicato dos Professores do Estado da Bahia) relatando o fato. “Fui agredido na sala de aula do 3º ano A do turno noturno, do Colégio Noêmia Rêgo, em Valéria, por volta das 21h do dia 02/06/14  pelo  aluno” LH “ (19 anos)  enquanto fazia uma atividade de 2ª  chamada. Veio pra cima de mim, colocando o dedo em meu rosto, enquanto o seu colega “M” filmava, com a finalidade de enviar o vídeo naquele momento para as redes sociais, me insultando e empurrando,  querendo que eu revidasse, no entanto, não reagi, levando-o a um estado de fúria”, relata.
O caso foi parar na diretoria da escola e o professor pediu apoio jurídico à APLB Sindical.
Para o educador Lima, um dos fatores que aumentam a cada dia a violência contra o professor é a crise dos valores éticos, enfrentada pelas famílias; a ruptura da cultura da solidariedade  e, principalmente a desvalorização do profissional da educação.
“É comum perceber essa desvalorização  quando  perguntamos  ao estudante do Ensino Fundamental ou Ensino Médio -  Quem gostaria  de ser professor ?  Em coro, eles respondem: Deus é mais! Deus me livre! Dessa forma, deixamos de ser referência profissional  e, ao mesmo tempo, merecedores de respeito  enquanto educadores, formadores de opinião. Por outro lado, não vejo por parte dos governantes políticas que valorizem a  nossa prática pedagógica responsável pela formação do aluno para o exercício da cidadania”, ressaltou.
Para a diretora da APLB Marilene Betros a violência deve ser compreendida no contexto geral e não só dentro da escola. “Os alunos questionam o formato das aulas. Há um apelo midiático à violência, um incentivo ao consumo. Além da criminalidade e uso das drogas que cada dia cresce mais, então todos esses fatores elevam o crescimento da violência dentro e fora da escola”, ressaltou a pedagoga.
Outro fator colocado por Marilene Betros é a desvalorização da categoria. “A falta de respeito ao professor faz parte do processo de degradação da categoria. Somos desvalorizadas, sobretudo às mulheres, que são maioria na profissão. Na última década conseguimos melhorar o processo de dignidade e valorização do professor”, disse.
A diretora da APLB afirmou que já chegou ao conhecimento do sindicato casos de agressões aos professores. “Os casos que apareceram nós levamos à Secretária de Educação do Estado e acompanhamos às medidas jurídicas que foram tomadas”, concluiu.
A Secretaria de Educação do Município informou que os alunos da rede municipal geralmente não são inclusos nesses casos por conta da idade, já que são de 5 a 14 anos. Já o Sindicato das Escolas Particulares (Sinep), afirmou que não chegou ao conhecimento do sindicato nenhum caso de violência na escola.

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