O governo não atualiza os gastos desde setembro, mas a Folha levantou alguns números e chegou a uma quantia quase 10 bilhões mais cara que a da versão oficial.
IMPLICANTE
A Copa do Mundo, segundo cálculos divulgados pelo governo, custará R$ 25,8 bilhões. Mas, de acordo com levantamento feito pela Folha,
esse valor deve chegar a R$ 35 bilhões. Os números diferem porque a
quantia divulgada pelo Planalto está desatualizada desde setembro e não
inclui despesas como os R$ 2 bilhões a mais em obras de transporte,
estádios e aeroportos e R$ 1,5 bilhão em renúncia fiscal e juros
subsidiados.
O governo também não incluiu na conta os
R$ 500 milhões que os Estados gastaram com despesas como as estruturas
provisórias e outros R$ 6 bilhões que foram transferidas para o PAC
(Programa de Aceleração do Crescimento) porque as obras não ficariam
prontas a tempo do torneio.
Vários hotéis que receberam financiamento do BNDES, por exemplo, não foram concluídos no prazo. No Rio, apenas três dos nove incluídos no programa ProCopa Turismo ficaram prontos.
Os outros seis hotéis, que ofereceriam 2.045 novos quartos, estão com as obras atrasadas ou paralisadas. Alguns deles podem ser entregues só em 2016, às vésperas dos Jogos Olímpicos. Os repasses destinados a projetos que não ficaram prontos a tempo representam 86% dos R$ 404,4 milhões que o banco público já liberou para ampliar o número de vagas na cidade.
Enquanto isso, a presidente Dilma Rousseff tenta tirar proveito do torneio para se promover e chamar de pessimistas aqueles que não acreditaram que o Mundial se realizaria, ignorando o fato de que apenas 45% das obras prometidas ficaram prontas a tempo. Futebolisticamente falando, a competição vem atingindo alguns feitos, com média de gols acima do esperado. Mas, como era de se paradoxalmente esperar, os imprevistos ocorreram, como falta de estrutura para aguentar a demanda de público no Itaquerão, uma pane técnica que impediu execução dos hinos no jogo da França contra Honduras, o estado insatisfatório dos gramados ou ainda a ocorrência de violentos protestos, quase sempre com detidos, parte deles adolescentes, entre outros.
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