MEDIÇÃO DE TERRA

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quarta-feira, 18 de junho de 2014

Crianças temem fim de orquestra e aulas de música em Catalão, GO


Fundação proprietária de instrumentos musicais pediu materiais de volta.
Orquestra, que enfrenta dificuldades financeiras, atende cerca de 120 alunos.

Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera

Cerca de 120 crianças e adolescentes que estudam música na sede da Orquestra de Catalão, no sudeste do estado, temem o fim do projeto. A preocupação começou desde que a Fundação Cultural Maria das Dores Campos, proprietária dos 32 instrumentos musicais utilizados pelos alunos, pediu os materiais de volta.

A Orquestra de Catalão foi fundada em 2009, pela própria fundação cultural, que é ligada à prefeitura da cidade. Em 2012, os músicos decidiram se desligar da entidade e montaram a associação independente e levaram os instrumentos. Na época, eles conseguiram patrocínios para custear as aulas e apresentações. No entanto, desde o início deste ano, a orquestra está sem ajuda de financiadores e reclama da falta de apoio da administração municipal.
Além de fazer apresentações, a orquestra oferece as aulas para menores carentes gratuitamente. Se os instrumentos, entre violoncelos, contrabaixos, violinos e uma bateria, forem recolhidos, a iniciativa corre o risco de acabar. “Legalmente eles são da fundação, mas foram comprados para o uso da orquestra. Eles só podem pegar de volta caso a orquestra deixe de existir”, disse a coordenadora do projeto, Jorgiane Dias Rodrigues Ferreira.
Desde que o pedido de recolhimento foi feito, na semana passada, as aulas na sede da orquestra estão suspensas. Os alunos estão revoltados e chegam a chorar quando falam que não poderão mais estudar música. “Vou ficar sem tocar e não posso ficar assim”, disse o estudante Mikael Nogueira Mota, 9 anos, aos prantos.
Entre os instrumentos estão violinos, violoncelos e contrabaixos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)Entre os instrumentos estão violinos, violoncelos e
contrabaixos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O presidente da Fundação Cultural Maria das Dores Campos, Rafael Purcina, informou que o objetivo do recolhimento dos instrumentos não é acabar com as aulas, mas sim reincorporar a orquestra à entidade, que coordenava o projeto até 2012. “A nossa intenção não é deixar nenhuma criança sem aula e os instrumentos fechados sem utilização. O que quero deixar bem claro é que, se a orquestra está com dificuldades [financeiras], o município está aqui para ajudar”, explicou.
A coordenadora da orquestra diz que, se todos os materiais forem recolhidos, as aulas só poderão ser retomadas no ano que vem, quando algumas empresas se dizem dispostas a reativar o patrocínio. “A fundação poderia deixar os instrumentos com a gente até o fim do ano, quando a situação será resolvida”, pediu Jorgiane.
Mesmo com o apelo dos músicos, representantes da fundação cultural estiveram na sede da orquestra na última segunda-feira (16) e recolheram um piano. A entidade não destacou quando pretende retirar os demais instrumentos.

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