Fundação proprietária de instrumentos musicais pediu materiais de volta.
Orquestra, que enfrenta dificuldades financeiras, atende cerca de 120 alunos.
A Orquestra de Catalão foi fundada em 2009, pela própria fundação cultural, que é ligada à prefeitura da cidade. Em 2012, os músicos decidiram se desligar da entidade e montaram a associação independente e levaram os instrumentos. Na época, eles conseguiram patrocínios para custear as aulas e apresentações. No entanto, desde o início deste ano, a orquestra está sem ajuda de financiadores e reclama da falta de apoio da administração municipal.
Além de fazer apresentações, a orquestra oferece as aulas para menores carentes gratuitamente. Se os instrumentos, entre violoncelos, contrabaixos, violinos e uma bateria, forem recolhidos, a iniciativa corre o risco de acabar. “Legalmente eles são da fundação, mas foram comprados para o uso da orquestra. Eles só podem pegar de volta caso a orquestra deixe de existir”, disse a coordenadora do projeto, Jorgiane Dias Rodrigues Ferreira.
Desde que o pedido de recolhimento foi feito, na semana passada, as aulas na sede da orquestra estão suspensas. Os alunos estão revoltados e chegam a chorar quando falam que não poderão mais estudar música. “Vou ficar sem tocar e não posso ficar assim”, disse o estudante Mikael Nogueira Mota, 9 anos, aos prantos.
Entre os instrumentos estão violinos, violoncelos e
contrabaixos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O presidente da Fundação Cultural Maria das Dores Campos, Rafael
Purcina, informou que o objetivo do recolhimento dos instrumentos não é
acabar com as aulas, mas sim reincorporar a orquestra à entidade, que
coordenava o projeto até 2012. “A nossa intenção não é deixar nenhuma
criança sem aula e os instrumentos fechados sem utilização. O que quero
deixar bem claro é que, se a orquestra está com dificuldades
[financeiras], o município está aqui para ajudar”, explicou.contrabaixos (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
A coordenadora da orquestra diz que, se todos os materiais forem recolhidos, as aulas só poderão ser retomadas no ano que vem, quando algumas empresas se dizem dispostas a reativar o patrocínio. “A fundação poderia deixar os instrumentos com a gente até o fim do ano, quando a situação será resolvida”, pediu Jorgiane.
Mesmo com o apelo dos músicos, representantes da fundação cultural estiveram na sede da orquestra na última segunda-feira (16) e recolheram um piano. A entidade não destacou quando pretende retirar os demais instrumentos.
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