Salém diz que proposta é comprar vagas em hospitais particulares.
Lastória afirma que problema atinge também hospitais do interior.
O titular da Sesau, Jamal Salém, reconhece que fica difícil resolver o problema sem recursos federais e, mesmo que a verba seja liberada, a solução não é imediata, pois construir um hospital leva tempo. Por isso, uma das propostas para resolver a situação em menos tempo é terceirizar o serviço para hospitais particulares.
“Alguns pacientes graves, por exemplo, ficam na área vermelha das UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] por falta de vagas nos leitos hospitalares de UTI. Então, nós estamos estudando também a compra de leitos hospitalares nos hospitais particulares. Através dessa negociação que estamos tendo para poder pagar a tabela do SUS [Sistema Único de Saúde] ou pouco mais, que nós estamos conversando com os hospitais particulares”, afirmou Salém.
A falta de leitos na saúde pública da capital sul-mato-grossense também mudou a rotina do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Na última quinta-feira (12), o coordenador-geral divulgou um comunicado informando que o Samu não vai mais transportar pacientes dos Centros Regionais de Saúde e das UPAs que não estejam com vagas garantidas nos hospitais.
O comunicado também diz que, se houver necessidade de vagas de emergência, os responsáveis terão que ser comunicados. No mesmo documento, o coordenador informa que o Samu não vai mais realizar o transporte de pacientes por falta de eletrocardiogramas ou telecardio. O titular da Sesau nega que estejam faltando equipamentos nas unidades de saúde.
“Às vezes você transporta um paciente da UPA para um determinado hospital e chega à porta do hospital e não tem vaga. Aí o paciente fica dentro da ambulância e acaba voltando para a origem. Para evitar esse transtorno, ficou decidido dessa maneira de o paciente permanecer na UPA até que garanta a existência de uma vaga, de um leito para ele”, declarou Salém.
O secretário estadual de Saúde, Antônio Lastória, também reconhece o problema da falta de vagas em Campo Grande. Situação que atinge também as cidades do interior de Mato Grosso do Sul.
“A demanda que estamos vivenciando nas grandes capitais, estamos vivenciando também no interior. É muito comum você ver cidades pequenas com acidentes de moto quase todo dia. Coisa que há 20 anos não tinha. Então é uma questão de mudança do perfil epidemiológico do paciente, uma população que está ficando idosa cada vez mais e com uma demanda maior que a nossa capacidade de oferta”, disse Lastória.
A presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do estado, Fátima do Carmo Albino Maia, informou que são necessários investimentos na saúde por parte do poder público e que as tabelas do SUS, usada para pagar os procedimentos feitos no setor, estão defasadas há muitos anos.
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