MEDIÇÃO DE TERRA

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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Bradesco Saúde fica sem atendimento


Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Desde ontem, as clínicas e hospitais de Salvador e interior do Estado suspenderam os atendimentos ao plano de saúde Bradesco, por tempo indeterminado. No total, segundo Francisco Magalhães, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia, Sindimed, mais de 200 mil pessoas estão prejudicadas.
“Há quatro anos que tentamos sentar com as seguradoras para entrar num acordo quanto ao reajuste do valor repassado aos procedimentos médicos, mas nada de negociar. Nós queremos conversar com o Bradesco para estabelecer a implantação da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM). Até o próprio Serviço Único de Saúde (SUS) se baseia por essa tabela. Só que o Bradesco estabelece os próprios valores e nós queremos mudar isso”.
 Suspender o atendimento foi a única forma que a categoria encontrou, como confirmou Francisco Magalhães, acrescentando que há 45 dias, tentou novamente negociar, porém, diante da negativa do Bradesco Saúde chegar num acordo com os médicos baianos, “decidimos em assembleia, suspender os atendimentos aos usuários do plano”, confirmou.
Magalhães ressaltou que para não prejudicar os assegurados, ficou acordado os atendimentos de urgência e emergência nos hospitais. “As consultas e demais procedimentos eletivos ainda podem ser feitos, desde que o paciente utilize a modalidade de reembolso, pagando diretamente aos profissionais, pedindo a nota fiscal comprovando o pagamento e cobrando do plano o ressarcimento”, salientou Magalhães.
O presidente do Sindimed reforçou que o problema maior é porque o Bradesco reluta em sentar com os sindicatos para um aumento no valor repassado. Ele reforçou que os radiologistas recebem, por exemplo, R$5 por um laudo de raio-X de tórax e  R$15 por uma ultrassonografia obstétrica, exames de alta complexidade, que dependem de anos de formação e capacitação técnica e que podem influenciar decisões que envolvem a vida e a segurança dos pacientes.
Ontem pela manhã, nossa equipe de reportagem percorreu algumas clínicas e comprovou que os atendimentos do Bradesco estavam suspensos, porém, no Hospital Cárdio Pulmonar, situado na avenida Anita Garibaldi, apenas as consultas que estavam marcadas pra ontem, eram realizadas. Um rapaz do balcão de atendimento ressaltou que alguns pacientes que ligaram para marcar consultas foram orientados sobre a suspensão do plano por tempo indeterminado e pediram para eles, caso fosse urgente, pagarem a consulta e pedir o reembolso ao Bradesco.
Caso não renegocie, segundo Magalhães, os médicos farão um movimento de boicote ao Bradesco, encerrando contas correntes, investimentos, seguros e qualquer outro produto do banco. “Já que o grupo Bradesco não respeita os médicos, não há porque fortalecer o banco nas relações comerciais”. A paralisação já foi comunicada aos órgãos competentes como: Procon, Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal.
Conforme ainda Magalhães, os planos de saúde tentam interferir diretamente no trabalho dos médicos, criando obstáculos para a realização de exames e internações, fazem pressão para reduzir procedimentos, pela antecipação de altas e transferência de pacientes, além de impor dificuldades aos médicos que precisam investir na sua atualização profissional, já que os cursos e especializações têm alto custo. “Tal situação é inaceitável, traz sérios riscos à saúde e à vida daqueles que pagam caro por um plano de saúde”.
Para impedir que estes desmandos continuem, está em tramitação o Projeto de Lei (PL) nº 6964/2010, que prevê a obrigatoriedade do reajuste anual nos contratos das operadoras de planos de saúde. Assim que for sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a nova lei, inclusive, possibilita que exista arbitramento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e exige que os planos de saúde substituam o profissional descredenciado por outro equivalente, determinando que o consumidor seja avisado da mudança com 30 dias de antecedência.

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