'Fábrica' de bebida artesanal foi flagrada nesta terça-feira durante operação.
Diretor da unidade disse que galões entram com água e são reaproveitados.
Garrafas com bebida artesanal foram encontradas nas
celas (Foto: Assessoria/ Sejudh-MT)
Mais de 30 galões contendo bebida alcoólica artesanal foram apreendidos
durante uma operação realizada nesta terça-feira (17) na Penitenciária
Central do Estado (PCE), em Cuiabá.
A bebida produzida pelos presos contém frutas podres, restos de comida,
e após a fermentação se torna uma espécie de bebida alcoólica. A
vistoria foi feita no raio 2 que abriga presos provisórios que aguardam
julgamento. Maior unidade prisional do estado, a PCE abriga cerca de
dois mil detentos.celas (Foto: Assessoria/ Sejudh-MT)
O diretor do presídio, Roberval Ferreira Barros, disse ao G1 que é frequente a apreensão dessas bebidas na unidade. "É autorizada a entrada desses galões com água e eles [detentos] aproveitam para fazer a bebida, usando restos de pão, comida, frutas. Isso é comum, sempre apreendemos essas bebidas nas celas". afirmou. Como é permitida a entrada de garrafas d'água, ele avalia que se torna difícil manter o controle da produção desse tipo de bebida dentro do presídio.
Também foram apreendidos 35 aparelhos de celular, carregadores e chips, além de porções de drogas e armas artesanais. A operação foi feita após denúncia de que os presos estavam portando celulares e outros objetos nas celas, segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
A entrada de celulares, droga e outros objetos é outro problema enfrentado, pois muitos objetos são levados de forma ilegal para os detentos até mesmo por agentes prisionais e advogados. Roberval lembrou que no mês passado um agente penitenciário foi preso na unidade ao levar celulares para os reeducandos. Já a droga, na maioria das vezes, é levada pelas mulheres dos presos, nas partes intímas.
Na operação, alguns celulares foram encontrados escondidos nas paredes das celas e em vasos sanitários. "Tem vários 'modus operandi' [maneira de agir ou operar]. Eles inventam maneiras diferentes de entrar e guardar os objetos e nós vamos descobrindo", contou o diretor.
Um total de 35 celulares também foram apreendidos na operação (Foto: Assessoria/ Sejudh-MT)
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