Fenômeno é o que mais fere em acidentes aéreos não fatais nos EUA.
Cinto só deve ser tirado para ir ao banheiro, recomendam especialistas.
Passageiro
fotografou estragos de uma forte turbulência em um voo entre Cingapura e
Londres em maio deste ano (Foto: Reprodução/Instagram/alan_crossx)As turbulências são a maior causa de ferimentos em passageiros e na tripulação em acidentes aéreos não fatais, segundo autoridades como a Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata), a Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA, e a Autoridade Australiana de Aviação Civil. A cada ano, 58 pessoas, em média, ficam feridas nos Estados Unidos durante turbulências, por não usarem o cinto de segurança.
Mulher é atendida após turbulência em voo daTam (Foto: Ricardo Pontes/Arquivo pessoal)
“É como em um carro. A situação ideal é dirigir em uma estrada lisinha. Mas se de repente vem um trecho cheio de buracos, o carro vai sofrer solavancos. No avião, esses movimentos de ar provocam as turbulências”, compara Hernan Dario Ceron Muñoz, professor do Departamento de Engenharia Aeronáutica da Escola de Engenharia de São Carlos, da USP.
Isso não significa que a aeronave vá cair. “A aeronave está preparada para enfrentar as turbulências. Não ocorre comprometimento estrutural”, garante Ronaldo Jenkis, coordenador da Comissão de Segurança de Vôo da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas).
Em muitos casos, os pilotos, com a ajuda de radares meteorológicos, conseguem detectar a passagem por uma área de turbulência a tempo de avisar as pessoas a bordo. Mas nem sempre elas são previsíveis. “Se for uma nuvem de desenvolvimento vertical [do tipo que provoca temporais] muito grande, aparece no radar e é possível desviar do núcleo. Mas não dá pra saber a intensidade, e as periferias têm turbulências também”, diz Jenkins.
Por isso, a principal ação de segurança é estar com o cintos afivelado o máximo de tempo possível. “O grande problema é que os passageiros têm descaso com a orientação de uso do cinto”, diz Muñoz. “Tirar o cinto, só para ir ao banheiro e voltar”, completa Jenkins.
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Condições na cabine de acordo com a intensidade da turbulência, segundo a Iata |
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Leve |
Moderada |
Severa |
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Os líquidos balançam, mas não derramam dos copos |
Líquidos caem para fora dos copos |
Objetos caem ou são sacudidos se não estão presos em algum lugar |
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Os carrinhos podem ser manobrados sem muita ificuldade |
Dificuldades para andar, ou ficar em pé sem balançar ou se segurar. Carrinhos são manobrados com dificuldade |
Andar é impossível |
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Passageiros podem se sentir leve pressão contra os cintos de segurança |
Passageiros sentem que estão sendo segurados pelos cintos |
Os passageiros são violentamente segurados pelos cintos |
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