Motorista afirma que não há rigor na fiscalização; prefeitura nega.
Pais são atraídos pelo custo mais baixo do serviço.
A reportagem da TV Globo flagrou crianças sem cinto em várias vans. Em alguns casos, o motorista até se protege, mas não tem o mesmo cuidado com os meninos. Muitas vezes, em uma cadeira onde cabem três, vão quatro alunos, além dos braços e cabeças que vão para fora da janela.
Os escolares clandestinos circulam tranquilamente, estacionam ao longo das principais avenidas de Santa Luzia. Em uma das escolas da cidade, motoristas irregulares têm até autorização para entrar.
As câmeras de segurança de um posto de combustível ao lado de uma escola flagraram atitudes impróprias, como o uso de áreas proibidas para o estacionamento das vans. A gerente do posto, Regina França, afirma que tudo isso atrapalha o movimento do estabelecimento.
O preço do transporte clandestino é atraente, R$ 20 a menos que o transporte legalizado. Mas como os motoristas não pagam taxas ao poder público, também não são vistoriados.
Um dos motoristas revelou como o esquema funciona. Segundo ele, ninguém tem autorização porque a prefeitura não libera. "Aqui ninguém é legalizado, ninguém tem autorização, porque a prefeitura não libera. Você não vê blitz, você não vê polícia na porta da escola", diz. O homem cita o nome de um delegado aposentado, atual secretário de segurança de Santa Luzia, e alega ter ouvido dele que não haveria rigor na fiscalização. A prefeitura nega as acusações, mas analisa que, como a lei do transporte escolar não foi regulamentada, as blitze não seriam tão rigorosas.
Segundo a Escola Municipal Iracema da Silva, as pessoas que têm carteirinha para entrar na escola foram indicadas pelos pais como responsáveis pelas crianças. Já a Prefeitura de Santa Luzia informou que a regulamentação do transporte escolar deve ser concluída até o fim do ano. O secretário de Segurança Islande Batista negou que tenha dado qualquer declaração a clandestinos.
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