MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 22 de setembro de 2013

Trabalhar no exterior é um diferencial no currículo

Kleyzer Seixas  A TARDE

  • Mila Cordeiro | Ag. A TARDE
    Rebeca Portela irá para Guiné Equatorial
Em prazo de 30 dias, a engenheira Rebeca Portela, de 26 anos, embarcará para a Guiné Equatorial, na África, onde, inicialmente, trabalhará por um ano, com obras de engenharia em uma multinacional.
Rebeca mora sozinha em Salvador, é solteira e tem a possibilidade de mais que dobrar a sua remuneração com a mudança de país. Diante deste cenário favorável, a profissional resolveu encarar o desafio de passar uma temporada em outro continente longe da família, dos amigos e da rotina da cidade em que mora desde que nasceu.
A mudança é cercada de expectativas. Rebeca busca informações sobre a cultura do país e tem dedicado parte do seu tempo para resolver pendências antes da viagem. O retorno também já gera perspectivas.
Com a experiência, a engenheira conta com o up no currículo. No novo trabalho, em vez de projetos, trabalhará pela primeira vez com obras. E, além disso, terá contato com outra cultura e pessoas de um país diferente, onde conhece apenas uma amiga, que já vive lá
Transpor fronteiras
Um estudo da Berlitz Educação Global, com 450 profissionais, aponta que trabalhar em um continente diferente amplia a visão de mundo e aumenta a flexibilidade e tolerância dos profissionais. E as empresas, sobretudo as multinacionais, têm valorizado cada vez mais profissionais com esse perfil, segundo especialistas da área de recursos humanos.
Coaching, Diogo Hudson afirma que constar no currículo a informação de já ter trabalhado em outro país equivale a uma pós-graduação. A experiência é mais importante ainda para profissionais das áreas de engenharia, com interesse de atuar em grandes empresas.
O estudo mostrou que, apesar das desvantagens destacadas (diferenças na forma de gestão, ausência de ajuda no processo de reajuste e de a experiência adquirida, muitas vezes, não ser aproveitada na volta), a aposta vale a pena. A pesquisa concluiu que 90% dos entrevistados repetiriam a empreitada caso tivessem outra oportunidade. Isso é explicado pela própria vivência, que dá a possibilidade de desenvolvimento de importantes características. Morando em um país diferente, o indivíduo sai de sua zona de conforto, seja com a adaptação a uma nova língua ou uma dinâmica diferente, afirma Hudson. E é justamente a partir dessa mudança que ele passa a desenvolver habilidades classificadas como diferenciais, como facilidade de adaptação e independência, afirma Hudson.
Tendência
Por esses motivos, fazer as malas e procurar uma ocupação temporária em outro país tem sido uma tendência na nova geração, segundo a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH). Em Salvador, agências que oferecem pacotes que mesclam trabalho e estudo de língua no exterior têm verificado aumento de 30% nos últimos cinco anos. Na IE Intercâmbio, 60% das vendas são de pacotes que incluem o trabalho, na frente dos intercâmbios, antes campeões nas comercializações.
A presidente da ABRH na Bahia, Ana Cláudia Athayde, destaca que, apesar da tendência maior entre profissionais de até 30 anos, pessoas em mudança de carreira também apostam em trabalhar fora para se adaptar à nova dinâmica do mercado. "O mundo está acessível a um clique do mouse, e é natural que cresça o interesse de conhecer coisas novas. E quem não acompanhar as inovações não se manterá competitivo nessa nova forma de se relacionar", afirma.
Contatos
Quem decide passar a temporada fora, uma hora terá de voltar, e o retorno, muitas vezes, gera um certo receio por causa da recolocação no mercado. A gerente de RH Paula Matos afirma que é imprescindível manter contatos mesmo estando fora.
Foi assim que a administradora Juliana Cunha, 29, fez durante a temporada no Canadá. Trabalhou, aprendeu inglês, adquiriu uma nova experiência e usou a rede de contatos a seu favor. Quatro meses após a volta, já estava empregada. "Interagia com profissionais da área, sempre tendo em vista que, quando se fala de trabalho, as relações são fundamentais", conta a administradora.
Interessados podem optar por trabalho no exterior utilizando o serviço de agências
Como nem todos os profissionais têm contato com empresas para conseguir uma vaga de trabalho em outro país, muita gente recorre ao serviço de agências que oferecem pacotes de estudo e trabalho no exterior. Normalmente, essas empresas se responsabilizam pela escolha da escola e do local onde o profissional atuará.
Na maior parte das vezes, no entanto, a atividade é realizada fora da área de atuação. A gerente da IE Intercâmbio, Leila Mafra, explica que, como há, muitas vezes, a barreira do idioma, nem sempre é fácil conseguir uma vaga na área. Nos Estados Unidos, por exemplo, só existe a possibilidade de um profissional de fora trabalhar com inglês avançado, afirma a gerente. Fora isso, é possível passar uma temporada trabalhando em estações de esqui, por três meses, conciliando com estudos.
Canadá e Irlanda
Mas existem pacotes que facilitam a entrada do profissional no mercado estrangeiro em sua área de atuação, como os que são vendidos para países como o Canadá e a Irlanda. No Canadá, existe a possibilidade de passar uma temporada de seis meses, com os três primeiros dedicados aos estudos e os últimos três, em trabalho na área, por cerca de R$ 11 mil.
Na Irlanda, um dos destinos que têm sido bastante procurados neste ano, os profissionais pagam por pacotes com valores em torno de R$ 10 mil para a temporada de um ano. Nos primeiros seis meses, estudam e trabalham também, só que apenas por 20 horas semanais, e o tempo restante é dedicado apenas ao trabalho na própria área de atuação.

Dicas para quem quer trabalhar no exterior

Contrato - Profissionais que recebem propostas de empresas devem buscar informações sobre a idoneidade da empresa
Pesquisa - É importante pesquisar sobre o país, custo de vida, o clima, religião, hábitos e a cultura local
Agências - Profissionais que têm agências como intermediadoras devem buscar informações sobre a agência e os pacotes
Contatos - Mesmo fora do país, profissionais devem manter rede de contatos para facilitar recolocação

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