MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Pai diz que médica só atenderia filha se apagasse vídeo de 'descontrole'


Imagens mostram pediatra gritando, discutindo e rasgando pedido médico.
Secretário da Saúde pediu urgência em sindicância; médica está afastada.

Do G1 São Paulo

O limpador de vidros Ednei Brandão de Souza, de 36 anos, autor das imagens que mostram a médica Miriam Gameiro Carvalho gritando, discutindo com enfermeiros e depois rasgando pedido médico no Hospital Geral de Vila Penteado no sábado (21), afirmou ao SPTV que Carvalho disse que só medicaria a filha dele se apagasse o vídeo.
"[Ela disse que] Só iria atender se apagasse o vídeo que eu fiz", contou Souza.
Após a divulgação das imagens, a Secretaria da Saúde de São Paulo afastou a médica que pode ser exonerada depois da sindicância de 30 dias. O secretário da Saúde, David Uip, pediu urgência na investigação que deve ouvir a médica, os pacientes e enfermeiros. O G1 tentou falar com a médica através do número do celular, mas não conseguiu contato.
Questionada sobre denúncias anteriores contra a médica, a secretaria afirmou que não pode abrir o prontuário, mas a direção do hospital disse que recebeu várias reclamações sobre mau comportamento de Carvalho com colegas.
Segundo Souza, ele levou a filha, de 4 anos, ao hospital, na Zona Norte da capital paulista, por volta da 0h30, porque ela apresentava dor de garganta e febre de 38,5ºC. De acordo com o pai, o atendimento era realizado normalmente até a pediatra se desentender com a mãe de uma outra paciente.
Ele afirma que Miriam teria se negado a atender a outra menina, alegando que o caso dela, uma infecção no ouvido, não seria grave. A médica, então, começou uma discussão aos gritos com a mãe da criança pelos corredores do hospital. Souza disse que ficou surpreso com a reação da pediatra e decidiu gravar a briga com o celular.
De acordo com o limpador de vidros, ao ver que estava sendo filmada, a médica se irritou ainda mais, rasgou a ficha médica de sua filha e impediu que a enfermeira aplicasse o medicamento (benzetacil) na criança. O pai conta que a médica chegou a puxá-lo pela camisa para pegar o celular e apagar a gravação. A pediatra só se conteve após outro paciente intervir, segundo ele.
Uma funcionária do hospital, que não quis se identificar, informou que a médica trabalha no hospital estadual há pelo menos 15 anos e faz o plantão das 19h às 7h.
Imagens
As imagens postadas no Facebook começam mostrando o pai pegando a filha de 4 anos no colo. Ao fundo gritos são ouvidos e alguém diz que a criança deve deitar para tomar a medicação.  O pai caminha pelo corredor e são ouvidos gritos de “vagabunda” e “safada”. A médica, vestida com calça jeans e uma blusa colorida, diz aos gritos para uma enfermeira: “você viu o que você fez? Cadê a menina? Eu faço escândalo”.
“Agrediu a senhora?”, pergunta a enfermeira.  “Não. Você pôs para dentro que eu faço escândalo. Eu faço escândalo, você não me conhece. Todas as vezes que entra aqui dentro é isso que acontece. Eu grito”, responde a médica.
“Eu não sabia”, alega a enfermeira . “Pera que eu vou medicar”, diz a enfermeira. Na sequência a médica aparece dizendo: “chama a polícia que eu estou acostumada. Eu já fiz vários processos. Vários. Chama, chama. Já fui no DP várias, várias vezes. Eu estou acostumada”, afirma.  O pai diz para a médica: “doutora, a senhora está assustando minha filha”. “Leva ela. Faz 'com' a medicação”, diz a médica.
Na sequência do vídeo, o pai diz que está filmando, a mulher diz para “filmar mesmo” e  avisa que “vai quebrar o celular”. “Pode quebrar, a senhora está me agredindo eu vou processar a senhora por isso”, responde o pai. “Processa, processa”, retruca a médica.  O pai diz que a médica o agrediu e ela confirma.  A médica, então, rasga a ficha da paciente.
Nota da secretaria
Veja abaixo a íntegra da nota da secretaria:

         "O Hospital Geral de Vila Penteado esclarece que afastou a médica das atividades exercidas na unidade, após o episódio envolvendo o atendimento da menor K.S.B.S.
         Também foi aberta uma sindicância interna, para apurar as circunstâncias do atendimento, que poderá resultar, inclusive, na exoneração da profissional do quadro efetivo da unidade, bem como no direcionamento do caso ao Conselho Regional de Medicina (CRM), instância competente para aplicações de sanções ou de punições.
        O Hospital Geral de Vila Penteado ainda informa que todos os funcionários da unidade são orientados a tratar os pacientes com respeito e cordialidade. A direção da unidade considera inadmissível esse tipo de atitude antiprofissional, que desrespeita o paciente e os demais colegas de trabalho."

Nenhum comentário:

Postar um comentário