Sem vaga nas enfermarias, pacientes aguardam atendimento no chão.
Diretora diz que outras cinco maternidades de Maceió estão sem vagas.
Corredor da Maternidade Santa Mônica foi ocupado por gestantes. (Foto: Fabiana De Mutiis/G1)
A falta de controle no sistema de vagas na saúde pública de Alagoas
resultou novamente, neste sábado (21), na superlotação da Maternidade
Escola Santa Mônica, unidade de saúde que deveria ser destinada apenas
para o atendimento de gestantes de alta complexidade. O problema,
segundo a diretora médica da Santa Mônica, Daniella Bulhões, se agravou
devido a lotação de outras cinco maternidades públicas da capital
alagoana provocada pelo excesso de marcações de cesarianas agendas pelos
médicos obstetras.Sem ter para onde recorrer, gestantes de baixa e média complexidade estão buscando procedimentos médicos na Maternidade Santa Mônica. Com isso, segundo a direção, além da ocupação dos 43 leitos das enfermarias, há o excedente de 11 gestantes internadas e outras 10 esperando atendimento. Resultando em cerca de 50% por cento a mais de pacientes além da capacidade da maternidade, que só possui três obstetras de plantão.
Jovem que tinha acabado de dar à luz fica em
cadeira no corredor da Santa Mônica.
(Foto: Fabiana De Mutiis/G1)
“Até quando a Santa Mônica vai trabalhar desse jeito? Chegou a hora da
gente parar de achar que isso é normal. Não é digno colocar uma paciente
que pariu no chão ou até mesmo em uma cadeira. Isso é péssimo” completa
a diretora da maternidade ao enfatizar que diante das condições,
enfermeiros e médicos estão selecionando as gestantes com maiores
contrações para fazer o atendimento.cadeira no corredor da Santa Mônica.
(Foto: Fabiana De Mutiis/G1)
Sem leitos, algumas pacientes aguardam atendimento em cadeiras e no chão da maternidade. A gestante Selma da Silva, que mal consegue falar devido as dores, está em uma cadeira de rodas na triagem. Na ocasião, ela relatou para reportagem do G1 que buscou atendimento primeiro na maternidade Nossa Senhora da Guia e como não conseguiu vaga acabou recorrendo a Santa Mônica.
Outras mulheres, que deram à luz, também aguardam nos corredores com seus bebês até vagar um leito que ela possa ficar.
Partos cesáreos
No início do mês de setembro a reportagem do G1 mostrou que que Alagoas está em terceiro lugar entre os estados que mais realizam partos cesáreos. São 48,9% dos procedimentos. Só perde para o Rio Grande do Norte com 50,5% e Espírito Santo que encabeça o ranking com 51,3%. Esses dados foram coletados pelo Datasus entre janeiro e junho de 2013 em hospitais públicos e privados que realizam partos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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