MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Hospitais de AL descumprem lei e não têm comissões de transplante


No estado, apenas uma das seis unidades de saúde possui comissão.
Só este ano, a lista de espera por transplantes chega a 401 pessoas.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

Na semana nacional de doação de órgãos, não há muitos motivos para comemorações em Alagoas, onde a fila de espera por transplantes aumenta a cada dia. Os hospitais do estado estão descumprindo há quatro anos uma lei federal que obriga essas unidades a terem comissões de transplante.
Só este ano, a lista de espera por órgãos no estado chega a 401 pessoas, sendo 59 para transplante de córnea e 342, de rim. Dois pacientes que precisavam de um coração não aguentaram a espera e morreram.
Apesar das dificuldades, ainda há histórias de superação, como a de José Wilton dos Santos, presidente da Associação dos Renais e Transplantados de Alagoas. As veias dilatadas em razão do ano de hemodiálise e as cicatrizes do transplante de rim que ele carrega no abdômen, cirurgia realizado depois de quatro anos de espera, são as marcas do tratamento.

A revolta pela demora e a perda de parentes por causa do mesmo problema fizeram com que ele abraçasse a causa dos pacientes renais. “O paciente renal hoje tem acesso aos medicamentos, exames e ao tratamento de hemodiálise, mas quando se fala em realizar o maior sonho, que é o transplante, isso é muito difícil aqui no nosso estado”, afirma.

Várias histórias poderiam ter finais mais felizes, já que, por lei, todo hospital de urgência e emergência deve ter uma comissão de doação de órgãos. Segundo a Central de Transplantes de Alagoas, seis hospitais do estado deveriam ter essas comissões, mas apenas a do Hospital Geral do Estado (HGE) está em funcionamento.
De acordo com o coordenador da Comissão de Doações de Órgãos do HGE, José Gonçalo, a equipe de oito profissionais busca doadores pela unidade. Quando os médicos verificam a morte cerebral de um paciente por meio de avaliação clínica, a Comissão leva um equipamento portátil que realizar a confirmação do diagnóstico. Só a partir daí os parentes são abordados e consultados sobre a doação, o que quase sempre é negado. 
“Esse é o momento mais difícil por causa da cultura do nosso povo. Fica muito difícil conseguir a doação através das abordagens. Em torno de 90% das famílias se recusam a fazer as doações”, lamenta o coordenador.
Para tentar conscientizar a população, a Central de Transplantes de Alagoas fez panfletagem para lembrar a semana nacional de doação de órgãos. A expectativa é que pelo menos outros dois hospitais coloquem suas comissões em funcionamento ainda este ano.
“[Estamos] desde o início do ano trabalhando com o Hospital do Açúcar e o Hospital da Santa Casa para que essa comissão saia do papel e passe a funcionar”, revela a coordenadora da Central, Kelly Brandão.
Segundo a Central de Transplantes, os outros hospitais que devem ter comissões de doação de órgãos são a Maternidade Santa Mônica, a Santa Casa de Misericórdia, o Hospital do Açúcar, o Hospital Universitário e a Unidade de Emergência do Agreste. A Secretaria de Saúde Estadual (Sesau) já foi notificada pelo Ministério Público Estadual (MPE).

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