Artista aprendeu ofício brincando com resto de massa de concreto.
O escultor leva em média 20 dias para concluir uma obra.
Luiz Carlos conta uqe começou a fazer pequenas esculturas de animais e daí não parou mais (Foto: Roger Henrique/G1)
Foi em uma brincadeira de criança que Luiz Carlos de Oliveira, morador do município de Ji-Paraná
(RO) descobriu um dom que mudaria sua vida e de sua família. Aos nove
anos de idade, o garoto brincava com o resto da massa de concreto que
sobrava do trabalho do pai, que era pedreiro, e modelando com as mãos,
começou a fazer pequenas esculturas de animais e daí não parou mais.
Hoje suas esculturas são a única fonte de renda da família. Os dois
filhos seguem os passos do pai.“Nunca imaginava que poderia vir a se tornar um escultor, foi tudo acontecendo naturalmente e hoje tenho cada escultura que faço como um filho, eu só vendo porque preciso sustentar minha família mesmo”, afirma Luiz.
O escultor leva em média 20 dias para concluir uma obra e ele mesmo faz o transporte e instalação da para qualquer lugar do Brasil. “Prefiro eu mesmo fazer o transporte, só cobro o frete, porque sei a forma correta de se carregar e instalar minhas esculturas. Nas mãos erradas poderia acontecer alguma coisa. Já pensou se quebram uma estátua?”, indaga o cuidados escultor.
Na confecção das estátuas Luiz Carlos utiliza armação de ferragens e tela galvanizada antes de introduzir o concreto. As telas servem para segurar o cimento e a estátua fica oca, diminuindo o peso e facilitando o transporte e instalação, sem diminuir a plasticidade do trabalho.
Obra ainda em fase de criação
(Foto: Roger Henrique/G1)
Luiz Carlos prefere não revelar o preço de cada obra, mas afirma já ter
feito serviços de mais de R$ 20 mil. Ele afirma ter uma clientela fiel
no interior do estado do Mato Grosso, onde a pecuária é forte. “No Mato
Grosso tem muita estátua espalhada, principalmente de boi nas sedes das
fazendas. Eu não consigo nem precisar quantas estátuas comercializei pra
lá”, fala Luiz.(Foto: Roger Henrique/G1)
Ao G1 o filho de Luiz, Matheus de Oliveira, de 17 anos, afirma que é uma satisfação poder trabalhar ao lado do pai e aprender uma profissão tão bonita. “Fiquei muito emocionado quando vendi minha primeira estátua. O meu pai nos ensina com muita paciência e carinho porque ama aquilo que faz, e isso faz toda a diferença no trabalho dele”, disse o jovem.
O escultor relata já ter feito estátuas de bois, carneiro, jacaré, mulheres entre outros. Ele afirma ter recusado fazer uma única escultura em toda a sua vida de artista plástico. “Eu preferi não aceitar a encomenda para fazer um homem nu. Eu preciso estar envolvido com a escultura para que o trabalho seja bem feito, e esse, definitivamente, não era o caso”, brinca o escultor.
Para melhorar o atendimento aos clientes e a produção das obras, Luiz Carlos de Oliveira planeja inaugurar, em breve, um escritório mais amplo, para expor as esculturas.
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