Presidente do sindicato diz que não há previsão para o fim da greve.
"No fim de tudo, sempre é o povo quem paga a conta", diz cliente.
Há oito dias, os bancários declararam greve por tempo indeterminado (Foto: Tácita Muniz/G1)
Quem procurou os serviços bancários nos últimos oito dias, tem se
deparado com algumas dificuldades em fazer algumas transações. Clientes
de Rio Branco,
apesar de mostrarem apoio à greve, fazem balanço sobre os prejuízo
causados pela paralisação dos bancários desde o último dia 19. Entre as
dificuldades estão recadastramento e liberação de salários feitos no
interior da agência.Itelvina Oliveira do Carmo tentou sacar uma quantia em dinheiro que está na sua conta, mas foi impedida ao saber que teria que fazer uma espécie de recadastramento para conseguir ter acesso a esse pagamento. Ficou ainda mais preocupada quando soube que o procedimento só poderá ser realizado com a volta das atividades bancárias.
"Eu não renovei o cadastro por conta da greve, por isso não consegui sacar no caixa. Eu preciso do dinheiro agora, mas, como me informaram, só podem liberar quando a greve acabar", ressalta Itelvina.
Maria da Penha também disse que pediu para ter o limite de saque aumentado, porém, foi informada que a central não estava funcionando e que seria impossível fazer essa operação. "Prejuízo nós temos, porque as contas ficam rolando juros e por qualquer R$12 eles deixam nosso nome restrito. No fim de tudo, sempre é o povo que paga a conta", diz.
Nonato Augusto disse que seu dinheiro também ficou bloqueado. Há quatro dias atrás, ele recebeu e não conseguiu retirar o dinheiro. "Vim fazer um recadastramento para receber um dinheiro e não consegui. A greve é péssima, a gente espera que ela termine logo porque a população está no prejuízo".
Existem pessoas também que não se sentiram prejudicadas. É o caso de Maria da Conceição que diz que está recorrendo aos caixas eletrônicos. "Não me senti prejudicada ainda, uso o caixa eletrôncio e acho que todos nós, trabalhadores, precisamos fazer isso para termos melhorias".
A opinião de Maria é compartilhada por Paulo Roberto Silva, ele conta que usa os serviços pela internet e que a greve, historicamente, é um movimento que garante os direitos dos trabalhadores. "Faço tudo pela internet, e eu entendo que é preciso a greve, porque se não for assim o patrão nunca faz nada. Eu apoio esse movimento", disse.
Outros têm conseguido realizar pagamentos, mas garante que querem a volta das atividades. Abel Feitosa conseguiu pagar algumas taxas, mas ressaltou o desgaste causado pelo paralisação."Não é bom nem para a população nem para os bancários. É cansativo e desgastante para o servidor público e para a ppulação que depende do banco", avalia.
Sindicato garante que não há proposta para negociação (Foto: Tácita Muniz/G1)
ComércioMaria Rogéria trabalha no comércio local no centro de Rio Branco. Ela garante que a economia passa a ser prejudicada por conta da paralisação. "É complicado porque a gente depende do funcionamento dos bancos. Mesmo em época de pagamento, as pessoas não estão indo comprar, a gente precisa dos bancos para ter esse retorno", ressalta.
Funcionário de uma loja popular de roupas, Francisco Lira conta que os comerciantes já começaram a sentir prejuízos devido à greve. "Ainda ontem visitamos algumas lojas e o movimento caiu cerca de 20 a 30%, e olha que estamos em época de pagamento. Algumas pessoas não estão conseguindo receber para comprar da gente. Espero que acabe logo e tudo retorne à normalidade", diz.
Sem negociação
O presidente do Sindicato dos Bancários, Edmar Batistela, informou, nesta sexta-feira (27), que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) está irredutível e a paralisação continua por tempo indeterminado. De acordo com Batistela, os bancários não aceitaram a proposta, que foi apresentada, e permanecem com o movimento.
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