*Paula Janay Alves A TARDE
Economistas do banco estimam que a média de crescimento do PIB da Bahia vai ficar em 1,8%, entre os anos 2011 e 2015 e 2,6%, entre 2016 e 2020, o que se aproxima do crescimento brasileiro projetado, também de 2,6%.
O número do Itaú é menor que a média de 3,1%, calculada pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), para os anos de 2011 e 2015.
De acordo com o economista e professor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Oswaldo Guerra, as duas projeções são baseadas em expectativas de investimentos futuros, o que faz com que os resultados práticos dependam muito da conjuntura econômica dos próximos anos. "Caso o baixo crescimento no Brasil e no mundo persista, a Bahia será afetada, podendo gerar diminuição nos investimentos", afirma o professor.
Os resultados ainda podem ser impactados pelo apagão ocorrido na Bahia e no Nordeste nesta última semana, aos moldes do que aconteceu no ano de 2011, quando a Braskem anunciou prejuízo de R$ 230 milhões, resultado do apagão na região.
Segundo o superintendente da SEI, Geraldo Reis, a queda de energia pode impactar negativamente os resultados da indústria petroquímica, no entanto, o estrago só pode ser calculado no futuro.
Investimentos
Economista responsável pelo estudo, Aurélio Bicalho explica que a Bahia é o estado do Nordeste que mais atrai investimentos no setor industrial. "Há expectativas para o setor de energia, e novas empresas estão indo para o Polo Industrial de Camaçari, o que gera a perspectiva de que o Estado tenha um crescimento mais próximo ao do Brasil", afirma Bicalho.
Para o complexo industrial estão previstos investimentos de US$ 6,2 bilhões, entre 2012 e 2015. O estudo destaca a produção de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, indústria química, atividades de apoio à extração de minerais, fabricação de celulose, papel e produtos de papel, além da indústria de couro.
Em termos de participação da produção baiana no cenário nacional, se destaca a indústria de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, que responde por 10% de toda a produção brasileira e 80% do Nordeste.
Vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Reinaldo Sampaio considera a projeção "tímida". "A Bahia tem potencial para um crescimento muito superior a esse índice. O estudo contempla a realidade como ela está, mas novos saltos são possíveis", afirma Sampaio.
O secretário da Indústria, Comércio e Mineração, James Correia, também discorda dos valores apontados pelo banco para negócios no Polo Industrial de Camaçari.
"Só o investimento da Basf foi de 1,5 bilhões. A Ford vai investir quase R$ 2 bilhões em ampliação. A JAC Motors, R$ 900 milhões. E isso estou falando só das empresas grandes", afirma o secretário. O governo ainda espera um investimento de R$ 1 bilhão da Braskem.
O otimismo do setor industrial e do governo está baseado no crescimento do PIB baiano em 2012. Enquanto o Brasil amargou um crescimento de 0,9% no PIB, a Bahia cresceu 3,1%.
Crescimento de renda da população e investimentos em mineração, energia eólica e infraestrutura também são apontados como fatores que irão impulsionar o PIB baiano nos próximos anos.
*Colaborou Donaldson Gomes
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