MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 14 de julho de 2013

Sistema de pasto rotativo ajuda na produção de leite em Penedo, AL


Iniciativa trouxe bons resultados na pecuária de leite da região.
Produtor de 28 anos foi o pioneiro do método na região.

Do G1 AL, com informações da TV Gazeta

A iniciativa de um produtor de leite do povoado da Zona Rural de Penedo, no Baixo São Francisco, tem contribuído para os bons resultados no cenário da pecuária de leite na região. A criação de gado leiteiro nos lotes do perímetro irrigado do povoado de Marituba era algo comum, mas agora a forma de criar os animais começou a mudar.
O responsável pela mudança é o jovem produtor de leite Arly Lúcio dos Santos, 28, que há dois anos resolveu inovar adotando o sistema de pasto rotativo. Ele descobriu na literatura esses sistema e decidiu implantá-lo.
O método “Voisin”, como é conhecido, foi criado pelo pecuarista francês André Voisin, responsável pelo desenvolvimento do sistema rotativo na primeira metade do século XX. A ideia é manter os animais confinados em piquetes por um determinado período do dia se alimentando do pasto somente naquela área. No dia seguinte, o rebanho é levado para outro piquete e assim por diante.
Santos dividiu uma área de 1 hectare em 28 piquetes de 324 metros quadrados cada, separados um do outro por cercas eletrificadas para evitar que os animais saiam para as demais áreas.
Reduzindo a quantidade de animais pela metade, ele diminuiu os espaços e ainda assim manteve a mesma produtividade de antes: 50 litros de leite por dia, agora com uma outra vantagem, menos mão de obra.
“O trabalho diminuiu bastante, cerca de 80%. Antes não tinhamos nenhum tempo livre para o lazer e hoje já é possível, sem falar que a produção continua constante”, explicou Santos.
Os animais consomem o pasto de um piquete por dia até chegar ao vigésimo oitavo piquete. Quando o gado voltar ao primeiro, o pasto estará recuperado.
Outro fator importante para o sucesso da experiência é o tipo de pastagem utilizada. Santos plantou o capim mombaça, variedade de origem africana introduzida no Brasil pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Considerado de fácil digestabilidade e palatabilidade, o capim se adaptou bem ao tipo de solo da região.
O sistema foi implantado pelo produtor de leite sozinho, mas agora conta com a orientação de um zootecnista contratado pela cooperativa da qual o produtor faz parte. O zootecnista Araken Rodrigues explica que o capim mombaça é recomendado para pastos rotacionados porque tem uma recuperação rápida, mas faz um alerta: é preciso fazer a adubação do solo de forma adequada. “O primeiro passo é fazer a análise do solo, depois, fazemos a correção e a adubação de formação”, explicou.
Santos está fazendo escola. Em breve, as dez vacas do produtor Antônio José dos Santos não terão mais uma área imensa para pastar. Depois de ver os resultados obtidos pelo vizinho, ele decidiu implantar o mesmo sistema rotativo de pastagem em seu lote para ver a produção de leite aumentar. A área onde ele vai montar os piquetes já está sendo preparada. “Ele fez e deu certo, então é isso que vou fazer também”, contou animado o produtor de leite.
A experiência bem sucedida de Arly Lúcio dos Santos também motivou a Cooperativa Agropecuária do Marituba (Comarituba) a estimular outros produtores a implantar o manejo de pastagem rotativa em seus lotes. O objetivo é transformar a região numa nova bacia leiteira.
Segundo o técnico agropecuário da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), Sandoval Leite, a ideia é que os produtores produzam leite. “Queremos transformar a região do baixo São Francisco em uma bacia leiteira”, explicou.
Trinta e seis produtores de leite receberam calcário para colagem do solo e sementes do capim mombaça da cooperativa para levar adiante o projeto. Segundo o presidente da Coomarituba, Nilton Bento, uma outra parceria entre o Governo do Estado e o Sebrae deve garantir orientações técnicas para melhoramento genético do rebanho. “Nós temos o objetivo de produzir cerca de 8 a 9 mil litros de leite por dia”, explicou.

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