MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Sequestros -relâmpago têm alta na Bahia

Luan Santos  A TARDE

  • Ilustração | Montagem: Cau Gomez
    Estado teve 64 casos de janeiro a maio deste ano (mais de 12 por mês)
A média mensal dos casos de sequestro-relâmpago registrada nos cinco primeiros meses deste ano na Bahia cresceu, em comparação com a média observada nos 12 meses de 2012.
Este ano já foram contabilizadas 64 ocorrências, entre janeiro e maio, o que representa média de 12,8 registros por mês. Em todo o ano passado, a média ficou em 10,9 casos mensais (131 crimes desta modalidade).
Os números são do Centro de Documentação e Estatística Policial, da Secretaria da Segurança Pública (Cedep-SSP).
Os casos de extorsão mediante sequestro - quando um criminoso retém uma pessoa para obter vantagem financeira -   cresceram 17% no ano passado, em comparação com 2011. Em 2012, foram registrados 41 casos, enquanto no ano anterior sete ocorrências a menos. Este ano, já foram registrados 18 casos, de janeiro a maio.
De acordo com a assessoria de comunicação da SSP, pelo menos nos últimos dois anos não foram registrados casos do sequestro considerado "clássico", quando o criminoso priva a vítima de liberdade, mantendo-a em cativeiro, para exigir resgate.
As assessorias de comunicação da SSP e da Polícia Civil informaram que não vão comentar os dados, mas, visando combater estes tipos de crime, o Estado oficializou a criação, no último mês de abril, do Núcleo Antissequestro e de Repressão aos Crimes de Extorsão, que funciona subordinado à Coordenação de Operações Especiais (COE).
O núcleo foi criado pela Portaria 163 (21/4/2013). A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou que o núcleo já existia, mas apenas em abril foi formalizada a criação, com a publicação da Portaria 163.
Preocupação - Especialistas ouvidos por A TARDE dizem que o aumento preocupa e cobram ações mais enérgicas de combate a esses tipos de crimes. Para o coordenador do Observatório de Segurança Pública da Bahia, Carlos Alberto Costa Gomes, a criação do núcleo é positiva.
No entanto, o estudioso destaca que esta medida deveria ser acompanhada de uma série de iniciativas para prevenir os ataques.
"Há falhas na segurança só tratadas após o crime acontecer. Vemos bom aparato no interior dos estabelecimentos, mas pouca ou nenhuma cobertura no entorno deles". Investimento em serviços de inteligência, mapeamento de áreas vulneráveis e formação de policiais especializados são pontos sugeridos.
Para Costa Gomes, também é preciso trabalhar  com estabelecimentos comerciais, financeiros e demais setores, para que seguranças privada e pública ajam juntas.
O analista criminal Guaracy Mingardi acha que o núcleo já deveria ter sido criado há tempos. "Homicídio, roubo, sequestro e tráfico são crimes específicos e devem ter equipes especializadas combatendo", diz o ex-subsecretário nacional de segurança pública.
Para ele, os números na Bahia são "preocupantes" e a alta deve ser combatida para que os casos não se agravem. "O bandido que comete um sequestro-relâmpago hoje pode ser o mesmo que, daqui a alguns meses, pode arrumar um quarto escondido e sequestrar a vítima para pedir resgate", adverte.

Sequestros no Estado

2012 - Garota de 5 anos é sequestrada por dois homens quando saía de casa, no Loteamento Aquárius, para ir à escola
2011 - Mulher de 26 anos passa 65 dias em poder de sequestradores, na capital baiana, que só liberam a jovem após receberem R$ 500 mil pelo resgate
2011 - Aluna do 1º ano do ensino médio do Colégio Ômega,  em Salvador, é sequestrada a caminho da escola, em Stella Maris

Nenhum comentário:

Postar um comentário