MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Encontro debate desafios do jornalismo científico

*Cláudio Bandeira  A TARDE

  • Maria Eduarda Bione | Divulgação
    Ulisses Capozzoli, editor-chefe da revista Scientific American Brasil
Os desafios na cobertura jornalística de temas relativos à ciência e tecnologia foram debatidos no Encontro Imprensa de Jornalismo Científico, promovido pela revista Imprensa. O evento, que reuniu jornalistas de todo o país,  foi realizado paralelamente à reunião da 65ª Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) em Recife, Pernambuco.
O primeiro ciclo de debates -  com o tema "Ciência traduzida para o Brasil" - foi aberto pelo jornalista e pesquisador Ulisses Capozzoli, editor da revista Scientific American - Brasil. A  mediação foi da pesquisadora Carolina Córdula, pós-doutora em bioquímica especializada em divulgação científica.
Segundo Capozzoli,  a ciência brasileira foi um feito napoleônico, referindo-se ao fato de que só se estabeleceu por aqui após a mudança da família real portuguesa para o Brasil em 1808.
Especialização
Ele destacou  a importância da especialização do profissional que pretende exercer o jornalismo científico:  "É  fundamental acumular  informações nas várias áreas, como biologia, astronomia,  medicina, história e filosofia da ciência", disse.
Ele diz ser  impossível fazer jornalismo científico sem algum conhecimento de literatura, das artes. "É preciso conhecer os clássicos da ficção científica, saber da estrutura atômica, da estrutura celular".
"Os jornalistas que forem trabalhar com divulgação de ciência devem ter em mente que o jornalismo científico é, antes de tudo, jornalismo interpretativo, contextualização histórica de acontecimentos. Para fazer essa contextualização, é preciso um outro tipo de jornalista", disse.
"Poderia retomar  uma resposta de Freud à pergunta: 'Para que serve a psicanálise?'. Ele dizia que servia para diminuir o sofrimento humano. Os trabalhadores intelectuais e os jornalistas que escrevem sobre ciência deviam trabalhar tendo isso em mente", sugere.
Ao falar na abertura do encontro no Colégio São Bento de Olinda,  a presidente  da SBPC, Helena Nader,  lamentou a fragilidade do sistema educacional brasileiro:
"O Brasil não preserva,  não conhece nem acha relevante a história", referindo-se, entre outras coisas, aos grandes nomes da ciência nacional que não são valorizados como deveriam.
Ela cita cientistas brasileiros  que mereceriam, mas não ganharam o Prêmio Nobel.
"Maurício Rocha e Silva  merecia um Nobel, por ter desenvolvido o primeiro medicamento [a bradicinina] eficaz contra a hipertensão. O [Carlos] Chagas é outro, além do Sérgio Ferreira, descobridor do captopril, mas foi o chefe dele que ganhou", lamentou.  "O Bolsa Família ajuda, mas, sem educação, nada feito", acrescentou.
O Encontro Imprensa de Jornalismo Científico prosseguiu nos dias seguintes com a realização de duas mesas de debate com  a participação dos jornalistas  Luís Nassif, da Agência Dinheiro Vivo, e Nereide Brandão, da EBC, entre outros.
*O jornalista viajou a convite da revista Imprensa

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