MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Em Belém, pacientes dormem na porta do hospital para marcar exames


Pacientes levam lençol e papelão para dormirem no chão.
Eles reclamam que é preciso tentar várias vezes para ser atendido.

Do G1 PA

Em Belém, pacientes precisam passar a noite na porta do Hospital Ophir Loyola, referência no tratamento em oncologia no estado, para conseguir agendar exames. Algumas pessoas já estão na quinta tentativa no hospital.
A dona de casa Marize Barros era a décima pessoa da fila em frente ao hospital, chegou por volta das 20h de terça-feira (9) e se preparava para passar a madrugada no local. Ela tenta marcar um exame para o marido, de colonoscopia, que ajuda na descoberta do câncer de intestino.
“Já é a segunda vez que eu venho tentar marcar esse exame para ele e ainda não consegui.  E eu estou esperando também o resultado de um exame que ele fez de urodinâmica há 3 meses, desde o dia 4 de abril que ele fez esse exame e está sofrendo porque ele está com uma sonda”, conta a dona de casa.
Ela não é a única com dificuldades para conseguir agendar um exame. Muitas pessoas também passam a madrugada na fila, ao relento, sem nenhuma cobertura. No chão da calçada, camas são improvisadas com pedaços de jornal e papelão.
"Uma cachorra vira-latas aqui nessa fila. Minha barriga está inchada aqui, dor no estômago, situação muito difícil aqui”, relata uma paciente que passou a noite na fila em frente ao hospital na noite de terça-feira (9).
E essa não é a primeira noite dessas pessoas na fila do hospital, alguns já estão na terceira, quarta e até quinta tentativa. Eles contam que, caso não consigam marcar o exame nesta quarta-feira (10), só poderão fazer no próximo mês.
O pedreiro Antônio Carlos Almeida, 50 anos, veio de São Miguel do Guamá, nordeste do estado. Bastante magro e debilitado, o pedreiro tenta marcar um exame desde fevereiro.  “Quando eu chego de manhã, 7h, para marcar, já não tem mais vaga. Tem outras pessoas lá na frente e é limitado o tanto de vagas.
O drama de pacientes que precisam passar a noite no Ophir Loyola, referência em oncologia no estado, é recorrente. Em abril a reportagem da TV Liberal mostrou as pessoas chegando durante a madrugada para tentar conseguir marcar uma consulta.
“Tem que passar 12 horas aqui sentado ou deitado no chão. Para quem está doente, talvez passe mais mal ainda ou talvez morre na fila”, afirma Máximo Barradas, comerciário que também passou a noite na fila.
A produção procurou a assessoria do Hospital, que informou que o Ophir Loyola é um dos executores da Rede Credenciada de exames de média e alta complexidade do município, e apresenta recepção de alta demanda na marcação de exames vinda dos Departamentos de Regulação (DERE’S) municipais, mas que há cotas definidas para a marcação de exames em todos os executores, conforme Programação Físico Orçamentária (FPO) do município.
Ainda segundo a assessoria, para o exame de colonoscopia, por exemplo, a Sesma autoriza 81 procedimentos mensais no HOL. O Ophir Loyola ressalta que, dos usuários que vêm marcar exames no hospital quando as agendas são abertas, 70% são encaminhados pelo DERE/ Sesma ( demanda externa), oriundos até mesmo de outros estados, e que a minoria é das áreas referenciadas do hospital (oncologia, neurocirurgia, transplantes e fissurados).

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