Dança e aulas de idioma mantêm viva tradição alemã no ES

De Domingos Martins, Orlando Velten é professor de dança típica e alemão.
Além da profissão, o morador da região Serrana também trabalha em sítio.

Cesinha Fernandes Do G1 ES com informações da TV Gazeta

A dança típica e o ensino do idioma são provas de que as tradições trazidas por imigrantes alemães para a região Serrana do Espírito Santo ainda não morreram. Em Domingos Martins, um dos responsáveis por isso é o professor Orlando Velten, que além de dar aulas de alemão e de ser dançarino, também é trabalhador rural e cabeleireiro. Mas é através desse acúmulo de funções que ele se sente completo, acreditando que através da força do trabalho contribui para que a cultura permaneça viva nos mais velhos e que seja introduzida no cotidiano dos jovens.
A rotina de Velten começa cedo. Ele inicia o dia trabalhando nas plantações de sua propriedade rural. “Nasci nessa região e como herança de família continuamos mantendo a tradição do trabalho na roça”, disse.

Em seguida, é hora de encontrar os alunos para a aula de alemão, que geralmente são realizadas ao ar livre, na praça da cidade. A maioria é muito jovem e demonstra interesse em aprender o idioma. “Quero que a tradição se mantenha viva e que os descendentes tenham gosto por essa cultura. É por isso que optei por começar a dar essas aulas”, explicou Orlando.
Além de professor, Velten também trabalha como cabeleireiro em um salão de beleza. Mas é como dançarino em um grupo de dança típica que ele tem sua maior realização. Nesta época do ano, alta temporada na região Serrana, são feitas várias apresentações em festas alemãs e também italianas em municípios próximos.
Ele começou a dançar aos 16 anos e nunca mais parou. “Por toda a minha família ser alemã, gosto de manter isso em mim, tento preservar ao máximo. Nas apresentações, o público sempre espera algo diferente, geralmente é todo mundo dançando calado, mas mudei isso. Sempre dou uns gritos durante a dança, para despertar”, disse.
Orlando ainda comentou sobre a vontade cada vez maior de crianças e adolescentes de participarem do grupo. “Eu acredito que esses são os frutos do futuro, que vão dar continuidade ao trabalho que eu comecei, pois alguém tem que continuar a manter a cultura viva”, falou.

Orlando Velten também faz parte de um grupo de dança típica alemã (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)