MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Manifestantes do MST mantêm ocupação na sede do Incra em BH


Movimento também questiona decisões da Justiça em conflitos agrários.
Ocupação será mantida por tempo indeterminado, segundo diretor do MST.

Do G1 MG

Integrantes do Movimento Sem-Terra (MST) mantêm ocupação na sede do Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária (Incra), na Avenida Afonso Pena, no Centro de Belo Horizonte, na  tarde desta sexta-feira (1º). Os manifestantes se instalaram no local no dia 21 de janeiro e, desde então, têm dormido em frente ao prédio e usado os banheiros do instituto. Após reunião com representantes da Justiça Federal, nesta tarde, o diretor estadual do MST, Silvio Neto, explicou que a falta de uma solução para os problemas apresentados pelo movimento vai manter os manifestantes no local por tempo indeterminado.
Neto diz que as decisões da 12ª Vara da Justiça Federal têm sido na totalidade contrárias aos trabalhadores rurais. Segundo ele, em Minas, 5,7 mil famílias estão acampadas; outras 3,2 mil já foram assentadas, mas 87% não têm acesso à água potável.
A punição dos envolvidos na Chacina de Felisburgo, ocorrida em 2004 na Região do Vale do Jequitinhonha de Minas Gerais, é um dos principais pontos de reivindicação. Cinco pessoas foram assassinadas e 12 ficaram feridas no atentado em um acampamento. O movimento pede também a suspensão de 35 mandados de despejos de acampamentos de sem-terra e mais agilidade na reforma agrária.
Desde o início da ocupação do MST, foi iniciada uma negociação com pauta extensa, mas o principal ponto era de que não houvesse reintegração de posse em Minas em 35 áreas. “Esse ponto está em pausa porque está sendo estudado pelo governo do estado”, disse o superintendente do Incra em Minas Gerais, Carlos Calazans. Uma reunião foi realizada no dia 22 e será preciso aguardar até que seja realizado um novo encontro. “De qualquer forma já foi um bom sinal, porque as reintegrações estão sendo estudadas caso a caso”, afirmou Calazans.
Durante a estadia dos manifestantes, parte dos servidores do Incra estão dispensados, sendo mantidos os serviços essenciais.
Marcha
Durante a manhã e o início da tarde desta sexta, os sem-terra realizaram uma marcha na capital pedindo o fim de despejos em acampamentos e cobrando punição para crimes ligados à reforma agrária.  De acordo com um dos integrantes, o movimento chegou a reunir cerca de 300 pessoas no início da tarde em frente à sede da Assembleia Legislativa, onde o grupo se concentrou após passeata. Em seguida, se deslocaram para o Tribunal Regional Federal.
O Batalhão de Trânsito da Polícia Militar informou, pela manhã, que a marcha reuniu cerca de 100 pessoas. Enquanto os manifestantes se deslocavam, o trânsito foi monitorado pela polícia e por agentes da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans).
Chacina de Felisburgo
O crime aconteceu no dia 20 de novembro de 2004. Segundo a denúncia do Ministério Público, 17 pistoleiros armados e comandados por um fazendeiro e pelo primo dele invadiram o acampamento "terra prometida" e executaram cinco trabalhadores rurais. Outros 12 ficaram feridos. Vários barracos e a escola local foram queimados.
As vítimas não receberam nenhuma indenização. Dos 17 suspeitos de participar do crime, 15 estão soltos, inclusive o fazendeiro, que é réu confesso. O julgamento dele está previsto para o dia 17 de janeiro de 2013.

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