De acordo com Padilha, 83 pacientes estão internados em Santa Maria.
Incêndio na boate Kiss deixou 231 vítimas na madrugada de domingo.
Os pacientes, segundo o ministro, estão internados em Santa Maria e em Porto Alegre. O incêndio na boate, que aconteceu na madrugada de domingo, deixou 231 mortos em festa universitária.
"Ao todo, temos 75 pacientes em UTI, aqui (em Santa Maria) e em Porto Alegre que estão em estado critico, estão na UTI, e correm risco de morte", disse o ministro.
Padilha esteve em Porto alegre nesta segunda, conferindo pessoalmente o estado de saúde dos feridos na tragédia - 39 estão na capital gaúcha e na Região Metropolitana. Por determinação da presidente da República, Dilma Rousseff, o ministro retornou a Santa Maria, onde deve permanecer nos próximos dias coordenando os trabalhos da área de saúde que atendem os feridos.
De acordo com o ministro, 83 pacientes estão internados em Santa Maria. Destes, 33 estão em estado grave na UTI. O ministro afirmou ainda que os hospitais de Santa Maria estão com 30 unidades de terapia intensiva livres para receber possíveis pacientes. A maior preocupação do ministro é em relação às pessoas que estavam na boate e que possam apresentar sintomas como tosse e falta de ar, a chamada pneumonite química.
"Todos os pacientes que estão em estado crítico têm quadro pulmonar grave decorrente da inalação da fumaça. Hoje levamos para Porto Alegre a mãe de uma paciente que chegou bem em casa e que em poucas horas evoluiu para um caso grave. Qualquer pessoa que esteve ba boate e sentir tosse ou falta de ar tem se procurar o serviço medico", disse.
Incêndio
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos. Pelo menos 101 das vítimas identificadas eram estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, segundo informou a instituição em sua página na internet.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia. A direção do estabelecimento classificou o ocorrido como uma "fatalidade", afirmou que a empresa está em "situação regular" e à disposição das autoridades. A nota foi emitida pelo grupo de advogados associados Kümmel & Kümmel, que representa os proprietários da boate.
Público
O número de total de pessoas que estavam no interior da boate Kiss no momento em que o incêndio começou ainda é desconhecido. Segundo informações da própria casa noturna, a capacidade máxima é para mil clientes.
De acordo com o delegado Sandro Meinerz, que é responsável pela perícia, informações coletadas pelas equipes de investigação dão conta de que o público na hora da tragédia era de aproximadamente mil pessoas. O Corpo de Bombeiros, no entanto, estima que o número era maior, perto de 1,5 mil.
Estudantes que sobreviveram à tragédia relataram que, inicialmente, seguranças da boate tentaram impedir a saída dos clientes, mas que logo perceberam a fumaça e liberaram a passagem.
O capitão da Brigada Militar Edi Paulo Garcia disse que a maioria das vítimas tentou escapar pelo banheiro do estabelecimento e acabou morrendo. "Tirei mais de 180 pessoas dos banheiros. Eles estavam tentando fugir", disse.
Resgate
Muitas pessoas que conseguiram sair da boate ajudaram a socorrer as vítimas. "A gente puxava as pessoas pelo cabelo, pela roupa, muita gente saía só de calcinha e cueca, muitas sem camiseta, talvez para se proteger da fumaça", disse o jovem Murilo de Toledo Tiecher.
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